sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Sobre o livro de Paul Veyne: Foucault, seu pensamento, sua pessoa

VEYNE, P.; Foucault, seu pensamento, sua pessoa, Lisboa: Texto e Grafia, 2009

Paul Veyne é um dos maiores historiadores vivos, e um dos grandes intelectuais ainda remanescentes de um tempo em que a França exercia verdadeiro fascínio em relação ao restante do globo. Por ter vivido boa parte do século XX, é uma das figuras mais qualificadas no que tange à possibilidade de elaboração de um retrato de Foucault, intelectual de cimeira, muito influente. Veyne e Foucault eram amigos pessoais, o que só reforça a possibilidade do historiador traçar um quadro interessante do filósofo. E assim o é. Veyne aborda o pensamento de Foucault com muito conhecimento de causa, esboçando uma análise onde se confudem as etapas do pensamento de Foucault, não diustinguindo entre genealogia e arqueologia, o que, certamente, é polêmico, especialmente desde nosso ponto de vista, para o qual a arqqueologia, primeiro método de Foucault, faliu por suas próprias pretensões.Veyne nos traça um quadro de Foucault ao memo tempo pessoal e intelectual, mostrando os limites do pensamento do filósofo francês, e os justificando.  Para ele, Foucault é um cético e, em política, um reformador, ao mesmo tempo que, contraditoriamente, Foucault, diz Veyne, sentia-se propenso a apoiar todo tipo de revolta social; mas ele não teria um programa a propor, tal qual nos descreve o professor Bruni, em seu célebre artigo. É como se Veyne nos dissesse que Foucault quer as revoltas, e ele aponta os motivos para se revoltar, mas sem ter em mente algo que possa substituir a atual ordem das coisas. O lirvo de Veyne não se detem em grandes polêmicas, apenas pontuando a recusa de Foucault em apoiar Miterrand ou sua participação na Revolução Iraniana. Enquanto retrato de um tempo ido, basta. Mas como avaliação do pensamento de Foucault, deixa a desejar. Por se tratar de uma obra de um grande amigo de Foucault, merece ser lido, mas sem grandes expectativas de se encontrar aí a resposta aos grandes dilemas foucaultianos ou uma exposição de sua doutrina, a qual considera-se que o leitor já conheça.

sábado, 2 de novembro de 2019

Letra de música: Goiânia

Tava na cidade de Goiânia
fumando um baseado
eu só queria ir no mercado
eu só queria ir no mercado

Mas em Goiânia não tem trem
em Goiânia não tem trem
O busão tá sempre lotado
lá em Goiânia não tem trem

Em Goiânia não tem trem,
em Goiânia não tem trem
O busão tá sempre lotado
em Goiânia não tem trem

Marília, 2013