segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Humanidade em decomposição

Hölderlin e seus deuses de mármore

Não estão à altura do tempo presente.

Emilly, pássaros na gaiola.

Lorca, sua louca,

as ervas viraram pasto.

Brecht, como faz falta sua boa terra.

As peras de Goulart

Já são de cera, não apodrecem mais.


E assim

No dobrar dos dias,

Os sinos repicam,

Projetam no futuro

A miséria da humanidade

Em decomposição.


Bembelém, bembelão:

Há neste mundo

Ainda coração?


RP, primaverão de 2024

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