segunda-feira, 23 de junho de 2025

Königsberg


Ah, Kant

Embora pequeno,

Foi gigante

Calmo e sereno,

Moveu o monte

Da filosofia, do pensamento.

Sapere aude!

A razão é o instrumento

Da libertação.

Contra a tirania,

A censura e a escravidão

Nos dotou dos meios

De nossa emancipação.

Viva Kant, viva o Iluminismo!

Na luta contra o arbítrio e o fascismo,

Melhor remédio só socialismo


RP, outono de 2024

Estagirita

 Me sinto cogumelo

Que brota na herdade

Viçoso e vermelho

Após a chuva da tarde


Me sinto como a garota

Mais desejada da cidade,

Uma bem viva garoupa

no rio em tempestade.


Sinto a potência,

Sinto-me a arma final da humanidade

Contra a desvalença

E seu grande flagelo, a maldade


Tudo isso porque te encontrei,

Teleologia do homem, felicidade.

E nem foi em coxas que busquei,

E sim em seu par, a verdade.


RP, inverno de 2025

domingo, 22 de junho de 2025

Felicidade

 

Que me bastem os livros,

Que me baste o álcool moderado,

Que esteja entregue ao pensamento

E que, nos entremeios do devir,

Tenha fundado a seara recôndita

Onde descanso e medito

Em paz e satisfeito.

Que as promessas dos homens do norte

Se me afigurem como tolice,

Castelos de água,

Tijolos de fumaça,

Palavras que o vento leva,

Expressão da vaidade

E do descalabro.

Pois, concluí,

Não é sobre ter,

Mas sobre devir,

Sobre se formar.

No reticular processual do sendos,

A verdade escancarada

O sentido puro:

Um espelho.

Contemple-se,

Aquilo que vês

É o mundo que desejaste

Pois foi o mundo que tu fizeste.

Agora se levante

Me dê a mão.

Somos companheiros de viagem

Em pé de igualdade

E em igualdade faremos

Deste o mundo que quisermos.


RP, inverno de 2025