domingo, 22 de junho de 2025

Felicidade

 

Que me bastem os livros,

Que me baste o álcool moderado,

Que esteja entregue ao pensamento

E que, nos entremeios do devir,

Tenha fundado a seara recôndita

Onde descanso e medito

Em paz e satisfeito.

Que as promessas dos homens do norte

Se me afigurem como tolice,

Castelos de água,

Tijolos de fumaça,

Palavras que o vento leva,

Expressão da vaidade

E do descalabro.

Pois, concluí,

Não é sobre ter,

Mas sobre devir,

Sobre se formar.

No reticular processual do sendos,

A verdade escancarada

O sentido puro:

Um espelho.

Contemple-se,

Aquilo que vês

É o mundo que desejaste

Pois foi o mundo que tu fizeste.

Agora se levante

Me dê a mão.

Somos companheiros de viagem

Em pé de igualdade

E em igualdade faremos

Deste o mundo que quisermos.


RP, inverno de 2025


Nenhum comentário:

Postar um comentário