Que me bastem os livros,
Que me baste o álcool moderado,
Que esteja entregue ao pensamento
E que, nos entremeios do devir,
Tenha fundado a seara recôndita
Onde descanso e medito
Em paz e satisfeito.
Que as promessas dos homens do norte
Se me afigurem como tolice,
Castelos de água,
Tijolos de fumaça,
Palavras que o vento leva,
Expressão da vaidade
E do descalabro.
Pois, concluí,
Não é sobre ter,
Mas sobre devir,
Sobre se formar.
No reticular processual do sendos,
A verdade escancarada
O sentido puro:
Um espelho.
Contemple-se,
Aquilo que vês
É o mundo que desejaste
Pois foi o mundo que tu fizeste.
Agora se levante
Me dê a mão.
Somos companheiros de viagem
Em pé de igualdade
E em igualdade faremos
Deste o mundo que quisermos.
RP, inverno de 2025
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