Quando a morte vier,
Marcela,
Que ela me encontre doce
Indisputado, sobre as asas da vida
Para que eu vague,
Nos suspiros finais,
Nos campos de girassóis
Que ambicionamos em nossa juventude.
Que eu saiba estar sereno
Sabendo que esse é o destino
De tudo que respira.
Que as pérolas que o Sol,
Um astro dentre tantos,
Derrama no vasto céu,
Minúsculo perto de teu candor,
Alumiem meus últimos minutos
E mostrem que a vida é um nada,
Mas que é tudo que temos.
Ah, Marcela,
Que em minha última visão
Eu veja a ti,
Inconclusa acerca de Basquiat,
Mas certa de seus poemas
E de sua música.
Que a melodia final seja um gosto de reencontro
E o passaporte da liberdade:
Dissolver-se no todo
E retornar à mansão tranquila
Do primeiro trago de ar.
Outono de 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário