domingo, 21 de janeiro de 2024

У нас

 A fumaça eleva-se tórrida

Das plantações.

O sol já deitou seus raios

Que fulminam a terra

Cessando, enfim, o calor.

Mas, nas dobras do peito,

Há uma brasa, um ardor.

Não é solar

Nem puro fruto do coração.

É o desenrolar da vida

E do sentimento,

São os espíritos animais

Levando movimento aos membros.

É o cio da sensação

Que arrebata e conduz.

É o pensamento fixo,

Não nas montanhas ou nos lagos

Ou nos arcaicos paradoxos,

Mas pregado no corpo: no teu.

Mira certa na alma: a tua.

Desejo de expandir o quentume,

De me locupletar

Nas suas reentrâncias e protuberâncias,

De me saciar na tua fonte coberta

Oásis no deserto do ser.


S.C., verão de 2024

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