A fumaça eleva-se tórrida
Das plantações.
O sol já deitou seus raios
Que fulminam a terra
Cessando, enfim, o calor.
Mas, nas dobras do peito,
Há uma brasa, um ardor.
Não é solar
Nem puro fruto do coração.
É o desenrolar da vida
E do sentimento,
São os espíritos animais
Levando movimento aos membros.
É o cio da sensação
Que arrebata e conduz.
É o pensamento fixo,
Não nas montanhas ou nos lagos
Ou nos arcaicos paradoxos,
Mas pregado no corpo: no teu.
Mira certa na alma: a tua.
Desejo de expandir o quentume,
De me locupletar
Nas suas reentrâncias e protuberâncias,
De me saciar na tua fonte coberta
Oásis no deserto do ser.
S.C., verão de 2024
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