segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

O humor de Cícero [Tradução]

 

Cícero, De oratore, II 276


Nausica, quando ao [à casa do] poeta Ênio foi e, diante da porta, perguntou [por ele], disse a serva desse "não está em casa", Nausica percebeu que ele ordenara que [a serva] dissesse que ele não estava em casa.


Poucos dias após, quando à [casa de] Nausica veio Ênio e por ela desde a porta perguntou, exclamou Nausica [que] "não está em casa".


Então Ênio [disse] " O que? Então, não reconheço", disse, "sua voz?"


Então Nausica [disse]: "És um homem imprudente: eu quando perguntei por ti, acreditei em sua escrava [quando ela disse] que "você não estava em casa" - você a mim não acredita mesmo?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

O deus dos filósofos

 

“Epicharmos, pois, os deuses são, diz,

vento, água, terra, sol, fogo, astros;

eu penso que úteis são os deuses

[como] dinheiro [argyrion, prata] nosso e ouro somente”


Menandro


Afora o ainda indecifrado sistema de escrita Linear A (de Creta, no mar Egeu, predecessores dos gregos) e daqueles do Linear B (que descrevem a organização e vida social dos micênicos, antecessores dos gregos tal qual os conhecemos e que ajudaram a destruir as bases da civilização cretense), a Ilíada e a Odisseia constituem os documentos mais antigos do futuro Ocidente. Nessas duas obras máximas de poesia épica se narram as peripécias dos gregos em torno da guerra de Tróia. A Ilíada é mais conhecida, já que virou um filme hollywoodiano, Troia, com Brad Pitt no papel de Aquiles. Várias noções distribuídas pela cultura popular se originaram da Ilíada, como as expressões ‘cavalo de Troia” ou “presente de grego”, em referência às astúcias dos gregos a fim de vencer os troianos: o famigerado cavalo de madeira, cujo conteúdo escondia poderosos guerreiros. O cavalo foi ideia de Odysseus ou, em sua versão latinizada, Ulysses, protagonistas da Odisseia, que narra seu retorno à casa após os eventos da guerra.

Sobre o mundo grego ou pré-grego de então, Finley escreveu memoráveis páginas em O mundo de Ulysses, onde, a partir dos poemas épicos de Homero, autor da Ilíada e da Odisseia já no século VIII antes da Era Comum (enquanto os eventos dos dois poemas se passaram antes da assim chamada Idade das Trevas grega, originada com a invasão de outra tribo helênica, do norte, os dóricos, em torno o século XII a.E.C.), desagregando, assim, o mundo micênico —, a estrutura social do período é explicitada. Tratava-se de uma sociedade organizada em torno de senhores, de cortesia, de troca de presentes e favores. Uma sociedade de nobres, por assim dizer.

Snell, em A descoberta do espírito, lembra-nos da distinção que ocorre em poucos séculos na cultura helênica. Homero, antes do século de Péricles (século V a.E.C.) era lido como descrevendo fatos históricos. Já nos escritos de Aristóteles, na Poética, o Estagirita distingue entre a Historia, que narra fatos, e a Épica, fruto da imaginação de um autor. Homero e seus versos perderam o status de veracidade em benefícios de estudos como os de Heródoto ou Tucídides, historiadores sérios e lidos até hoje com embasbacamento.

Os gregos eram politeístas, embora houvesse entre eles defensores do monoteísmo, mas a primeira via era a dominante. A religião grega era uma religião cívica, ou seja, estava ligada com os cargos públicos, com a liturgia da cidade, embora não houvesse culto oficial, somente deuses protetores das distintas poleis e lugares de culto, como os santuários.

Na Ilíada, como na Odisseia e, também, em Hesíodo, outro poeta que canta os feitos e presença dos deuses, as divindades não são encaradas como separadas do mundo. Claro, reinam sobre plagas do real, sob a égide de Zeus, mas são divindades personalizadas, presentes, atuantes, que interferem no mundo a todo instante segundo seus caprichos. Por exemplo, logo no começo da Ilíada, Aquiles, principal soldado grego, está furioso com Agamenon, líder das tropas gregas, e pensa em ferir-lhe com a espada. Athena, deusa da sabedoria, contém sua mão e Aquiles embainha a espada. A deusa interferiu diretamente no processar dos fatos, fez-se presente e está tão preocupada com o correr do mundo quanto consigo mesma, já que é de seu interesse que os mortais, pelos quais se afeiçoa, prosperem e encontrem glória.

Trata-se de um deus-interventor. A mitologia grega está cheia de exemplares assim: deuses se imiscuindo com os assuntos de mais baixa estatura, segundo seu capricho, e, assim, decisivamente alterando o desenrolar dos fatos. Zeus tem vários filhos com mortais, filhos prodigiosos. Dionísio preside festivais Diana abençoa os caçadores, Eros influencia em nossas paixões, etc. O mesmo ocorre em Hesíodo, onde os deuses regem os assuntos terrestres; eles basileuontai: dominam, reinam, são imortais e poderosos.

Séculos depois, Xenófanes de Colofão (c. 570-528 a.E.C.) rirá desses deus antropomorfizados, feitos á imagem e semelhança dos humanos. Deuses que sentem ira, que se encolerizam, que se apaixonam por mortais, que brigam. Ele diz que os etíopes pensavam que seus deuses eram negros do nariz achatado, assim como os gregos pensam que seus deuses são brancos do nariz fino. Xenófanes defendia não um deus-interventor, mas um deus como princípio de organização do mundo. Xenófanes, um monoteista entre politeístas (e cujo nome significa emblematicamente algo como “aparição estrangeira”), não utiliza o termo princípio (archē) mas é assim que Simplício o comenta. O deus dos filósofos não é o deus da religião. O deus dos filósofos é um deus que serve como princípio de explicação do mundo, não como veículo de crença, ainda que o filósofo seja religioso, pio e casto.

O deus dos filósofos serve como primeiro motor, como causa sui, móvel imóvel, não como deus ex machina, ou seja, como um recurso que se utiliza quando já não se sabe bem como proceder. O deus da religião é um deus interventor, que predica aos mortais o que fazer, como agir, o que pensar, que fornece respostas que a filosofia e a ciência não podem (por ora) fornecer. É um deus que conforta e, porque o que se exige dele é conforto, deve possuir a aparência e os traços humanos; afinal, é pouco provável que alguém se conforte com uma pedra ou um galho.

O deus dos filósofos advém do raciocínio, de uma sequência de causas e efeitos que conduz a asserção de que há um princípio do kosmos, que uma mente assim o ordenou e que, da mesma forma, assim o mantém. Já o deus da religião é um deus revelado e cujo forma de se mostrar divino é, precisamente, o milagre, ou seja, uma alteração sobrenatural dos rumos e caminhos que a natureza encontrou para si própria. Sem milagre, toda a narrativa bíblica perde sentido e o Cristo se torna somente outro profeta que vagou na terra dos judeus.

Isso não quer dizer que a religião seria totalmente irracional. Ao contrário, muito ao contrário: algumas das mentes mais poderosas que pisaram o planeta eram religiosas e dedicaram-se a provar a existência de deus e interpretar as escrituras. Tratam-se, em fato, de dois registros de verdade, dois conceitos incompatíveis: a verdade-revelada e a verdade raciocinada. Quem acredita que, em um átimo, a estrutura mesma do universo pode ser conhecida e quem pensa que a natureza deve ser interrogada para que extraiamos dela a verdade. A filosofia e a ciência se encaminham nesse último sentido e, todos os dias, dela usufruímos os frutos, já que ele nos confere uma vida mais aconchegante (além de problemas, claro; mas isso é assunto para outro texto).

Já a verdade-revelada, a qual perdeu todas as batalhas que travou contra a ciência, historicamente falando, nos oferece conforto, o conforto de uma mentira muito mal contada. A escolha é, portanto, entre uma verdade dura, mas que melhora nossas vidas, ou uma mentira bonita, mas que nos ofusca a verdade. Não é uma escolha tão difícil assim…

domingo, 8 de janeiro de 2023

A filosofia não é uma coruja

 Ao contrário de Hegel, não penso que a filosofia seja post-festum. Dito isso, o ato de hoje estava anunciado há alguns dias e, portanto, não foi por falta de aviso que as coisas assim se passaram. Ao contrário, justamente o aviso foi a senha golpista que preparou agentes de segurança para serem a quarta roda da carroça golpista; carroça pois repete um método já visto nos EUA, portanto antiquada em tempos de instaneidade. A social-democracia deu um show na extrema esquerda ao postular uma frente de liberais contra o fascismo. Mas, como toda social-democracia, não conseguirá fazer frente a este se não houver manifestações de rua aliados ao rigor da lei burguesa contra o apelo ao escol militar fascistoide pelo golpe. Estas tarefas são prementes e podemos esperar que a social democracia e os liberais as farão no próximo período. Mas o problema maior são as Forças Armadas. Uma anistia que beneficiou torturadores mostra bem que estas têm lado. Mas, uma nova ditadura no Brasil, o que não parece ser a intenção dos generais, seria muito pior que 64. As F.A. adotaram um neoliberalismo rigoroso. Além de fascistoides, neoliberais. Para mexer no vespeiro, só com muito capital político e uma sociedade polarizada em benefício das posições progressistas. Lula não tem esse capital. A esquerda está na defensiva. Nenhum programa de alteração estrutural da sociedade brasileira foi proposto. Enquanto a esquerda não sair da defesa, atos como os de hoje continuarão tendo cobertura ao vivo no Facebook e Twitter pela própria esquerda. Pedir para a polícia, beneficiária direta do fascismo, acabar com este é pedir para as abelhas recusarem o mel. Quem tem que acabar com os acampamentos fascistas são as forças populares em luta. Isso alteraria toda a correlação. Mas, com uma esquerda que se dá por principal tarefa a eleição de parlamentares, já vemos as dificuldades envoltas

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Para autogestionar a educação (em colaboração, 2012)

 Faz dez anos que nos reunimos em Santos, para o 1o Encontro de Estudantes Libertários. Na época, ajudei a redigir a seguinte Carta Aberta:


"Que a universidade que frequenta os noticiários e a que esta descrita nos manuais de vestibular é

bastante diferente da realmente existente, é um fato de conhecimento comum dos que vivem o seu

cotidiano. Isto acontece porque os donos dos grandes meios de comunicação tem os mesmos interesses

daqueles que controlam a universidade, ou seja, ambos querem manter a ordem social vigente, tendo por

base a exploração econômica e a opressão politica. A universidade brasileira sempre foi um instrumento de

dominação das elites econômicas e políticas. A criação da USP, na década de 30, estabelece os modelos

de universidade para o Brasil. Incentivadas por teorias oriundas do centro do capitalismo internacional

(Europa e Estados Unidos), as universidades brasileiras tinham por objetivo reforçar e perpetuar as elites

econômicas, intelectuais e políticas. Mais tarde, com o golpe militar de 1964, um novo modelo de educação

foi imposto à sociedade brasileira, abrangendo, inclusive, as universidades. Em 1968, o MEC consolida

acordos com o USAID – órgão do governo estadunidense – e termina por realizar uma reforma universitária

que orientará o ensino superior brasileiro de acordo com uma lógica privatista. Observando, por exemplo,

gráficos ilustrativos do desenvolvimento do setor universitário brasileiro, percebe-se uma inversão

progressiva de domínio: do público para o privado. Consolidada nos anos 90, durante o governo FHC, tal

orientação mercadológica não diz respeito somente ao aumento do número de instituições privadas, ao

passo que o neoliberalismo, uma doutrina privatista, símbolo desse governo, advoga a organização da

sociedade, suas instituições e indivíduos segundo o modelo de empresa capitalista. Essa universidade que

vêm se desenvolvendo tem como foco não somente perpetuar as elites econômica e política, mas também

formar força de trabalho especializada – técnicos necessários para a atual fase do capitalismo, na qual a

ciência e a tecnologia cumprem um papel fundamental.

O modelo de universidade brasileira até a reforma de 68, organizava-se segundo o sistema de

cátedras; a partir de então, ela passou a buscar elementos do taylorismo e do fordismo para a universidade,

expresso no sistema de departamentos, e progressivamente adotar critérios produtivistas, orientando-se por

metas de produção, bônus e prêmios salariais, como se a universidade fosse uma fábrica. Organizada

hierarquicamente, a universidade reproduz as relações e os valores do Estado e do capital. Administrada

por uma casta burocrática formada por um seleto grupo de professores e funcionários de alto escalão; a

universidade é antidemocrática e possui traços feudais, semeando práticas clientelistas, servis, de

obediência cega e uma política de conchavos de corredores. A universidade neoliberal orienta suas

pesquisas de acordo com as demandas de mercado, por exemplo, com o investimento de capital particular,

inclusive nas públicas, por meio das fundações de direito privado e agências de fomento. Situada numa

sociedade machista, homofóbica, racista, branca e normativa, a universidade enquanto instituição

dominante e disciplinar só pode reforçar tais relações. O vestibular de um lado e as mensalidades do outro,

cumprem um papel de filtro social, reforçando a ideia de educação como privilegio e mercadoria. Para @s

pouc@s estudantes que conseguem romper com as barreiras postas, a universidade estatal-privada e

privada-estatal, não garante políticas de permanência estudantil efetivas, como moradia, restaurante

universitário, bolsas de caráter socioeconômico, bibliotecas, acessibilidade plena, etc. Desenha-se no

horizonte uma universidade democratizada no Ensino à Distância que, nada mais é, senão, uma forma de

precarizar o processo de formação, desmobilizar o movimento estudantil, diminuindo os custos do Estado

com educação e criar um fecundo nicho de mercado para os grandes empresários das tecnologias de

informação. A implantação do projeto neoliberal passa, sem dúvida, por uma repressão ostensiva àquelas

que resistem a tal projeto, chegando mesmo à militarização das universidades e de práticas policialescas

adotadas pelas reitorias; como vigilância, espionagem e sabotagem.

O governo Lula, e depois, o governo Dilma, aprofundaram as políticas neoliberais no Brasil por meio de

um projeto de reforma universitária, mais tarde dividido em programas como ProUNI e ReUNI, e leis como a

de Inovação Tecnológica. Durante a década de 90, houve uma expansão desenfreada do ensino superior

privado, de modo que a demanda de vagas superou a capacidade da população em pagar pelas mesmas,

devido ao alto valor das mensalidades, gerando inúmeras vagas ociosas; por meio do ProUNI, o governo

Lula, sob um falso discurso de estatização das vagas e democratização do ensino, na verdade, salvou da

falência seus grandes tubarões, injetando dinheiro público, que deveria ir para as universidades públicas,

em instituições privadas, objetivando também formar força de trabalho e a manutenção do exército industrial

de reserva. Quanto ao ReUNI, trata-se de um plano de expansão de vagas com escasso aumento verbas,

com dois objetivos: de um lado fornecer técnicos necessários ao mercado, e de outro, adequar a

universidade ao método de gestão empresarial, como se a universidade não fosse uma escola, apoiando-se

em aspectos puramente quantitativos.

No estado de São Paulo, os distintos governos do PSDB levaram adiante inúmeras ações privatistas,

como o aumento de vagas sem o aumento de verbas das universidades estaduais (USP, UNESP e

UNICAMP); os decretos de Serra, que tiravam a autonomia pedagógico-financeira das universidades; UNIVESP; o PDI na UNESP; o PROAD na USP; terceirização massiva no caso da UNICAMP; a Escola da

Família e uma legislação que é uma verdadeira cama para que o capital deite e role.

Fundada em 1937, a UNE cumpriu papel histórico nas lutas estudantis e do povo brasileiro. Resistiu à

ditadura e ao imperialismo, mas também foi dominada - em alguns momentos - pela direita. Desde a eleição

de Lula, em 2002, um grande debate processou-se no interior da UNE/UBES. Suas direções majoritárias da

UJS/PCdoB e algumas correntes do PT passaram a

defender propostas do governo. Setores de esquerda

da UNE, num encontro realizado em 2004 na UFRJ,

deliberaram a construção de uma nova entidade

estudantil nacional e a organização da Frente de Luta

Contra a Reforma Universitária de Lula, pois

entendiam que a UNE não cumpriria mais nenhum

papel na luta estudantil. Tanto a nova entidade

(Conlute), quanto a Frente falharam em seus

objetivos, posto que, a primeira, dominada pelo

PSTU, e a segunda, pelo PSOL e PSTU, colocaram

os interesses eleitoreiros acima dos interesses sociais, atuando em inúmeros processos inclusive como

freio: com a vanguarda tornando-se retaguarda. De outro lado, a ANEL - que completa 3 anos de existência

dominada pelo PSTU, é pouco mais do que um braço de cooptação do mesmo. Atua como freio aos

processos (vide sua atuação nas últimas mobilizações da USP), e busca rebaixar suas práticas e seu

programa com intuito de se aproximar do PSOL, partido que possui algumas diretorias da UNE.

A este cenário de privatização programática empreendida pelo estado brasileiro, soma-se uma das

mais profundas crises econômicas da história do capitalismo. Diante da falência de grandes bancos,

seguradoras e corporações, os estados endividaram-se massivamente, afim de salvar tais instituições;

agora, no segundo tempo da crise, tentam repassar estes custos ao conjunto das classes trabalhadoras do

campo e da cidade, por meio de cortes de direitos, aumento de impostos e saques sistemáticos do povo. No

mundo todo a população reage contra a piora nas condições de existência e grita nas ruas e praças que a

crise é dos ricos; e que eles paguem por ela! Vimos no último período uma série de revoltas contra as

perspectivas de vida em nossa sociedade capitalista transnacionalizada e mundial, contra formas

tradicionais de opressão e ditaduras, contra a miséria reinante à escala global. Por todos os lugares a

juventude, os imigrantes, as mulheres, os trabalhadores e os explorados se põem em lutas, e as respostas

dos governos e seus políticos são regimes de exceção, onde a policia e grupos paramilitares atuam por

meio de um terrorismo de estado, e quem se opõe a ordem dada e aos planos feitos tem de se ver com os

cacetes, balas, grades e perseguições de todo grau e tipo.

Que o aparente crescimento econômico brasileiro não engane. Lutas explodem por todo país; ano

passado, e já este ano, inúmeras se processaram: Jirau, Belo Monte, professores, movimentos por

transporte público, Pinheirinho, Nova Luz. Do mesmo modo, os governantes se apoiam na força das armas

para levar a diante a privatização total de nossas vidas, em pleno acordo e harmonia com o grande capital.

Diante da atual conjuntura de avanço do neoliberalismo, impulsionado pela crise econômica – apoiado

por uma UNE totalmente atrelada ao Estado e uma ANEL, que não se constitui como uma real alternativa de

oposição – estudantes que acumularam experiência com as lutas ocorridas por todo o estado de São Paulo,

insatisfeitos com essa conjuntura, encontraram-se no Centro de Estudantes de Santos nos dias 11 e 12 de

fevereiro deste ano para discutir uma proposta de luta. Entendemos que boa parte da burocratização e

aparelhamento do movimento estudantil deve-se ao fato de que, as estudantes que dele discordam, não se

organizaram para combatê-lo. Temos claro que a derrota do atual modelo de universidade somente poderá

acontecer por meio da ação direta d@s estudantes e do povo, orientando-se pela democracia de base e a

autogestão, buscando autonomia frente aos partidos políticos eleitoreiros, ao Estado e aos patrões.

Diferenciando o público do estatal e criticando a

educação privatista, visando construir uma

educação baseada na autogestão e um movimento

estudantil combativo – que se coloque ao lado do

povo e de suas lutas – decidimos nos encontrar

novamente, para debater as tarefas a serem

cumpridas na atual conjuntura e a organização

necessária para tal, entre os dias 28 de abril e 1º

de maio de 2012, na cidade de São Paulo." 


Santos, 11 e 12 de fevereiro de 2012