Ao contrário de Hegel, não penso que a filosofia seja post-festum. Dito isso, o ato de hoje estava anunciado há alguns dias e, portanto, não foi por falta de aviso que as coisas assim se passaram. Ao contrário, justamente o aviso foi a senha golpista que preparou agentes de segurança para serem a quarta roda da carroça golpista; carroça pois repete um método já visto nos EUA, portanto antiquada em tempos de instaneidade. A social-democracia deu um show na extrema esquerda ao postular uma frente de liberais contra o fascismo. Mas, como toda social-democracia, não conseguirá fazer frente a este se não houver manifestações de rua aliados ao rigor da lei burguesa contra o apelo ao escol militar fascistoide pelo golpe. Estas tarefas são prementes e podemos esperar que a social democracia e os liberais as farão no próximo período. Mas o problema maior são as Forças Armadas. Uma anistia que beneficiou torturadores mostra bem que estas têm lado. Mas, uma nova ditadura no Brasil, o que não parece ser a intenção dos generais, seria muito pior que 64. As F.A. adotaram um neoliberalismo rigoroso. Além de fascistoides, neoliberais. Para mexer no vespeiro, só com muito capital político e uma sociedade polarizada em benefício das posições progressistas. Lula não tem esse capital. A esquerda está na defensiva. Nenhum programa de alteração estrutural da sociedade brasileira foi proposto. Enquanto a esquerda não sair da defesa, atos como os de hoje continuarão tendo cobertura ao vivo no Facebook e Twitter pela própria esquerda. Pedir para a polícia, beneficiária direta do fascismo, acabar com este é pedir para as abelhas recusarem o mel. Quem tem que acabar com os acampamentos fascistas são as forças populares em luta. Isso alteraria toda a correlação. Mas, com uma esquerda que se dá por principal tarefa a eleição de parlamentares, já vemos as dificuldades envoltas
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