quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Do gozo

 Gozar, eis meu amor.

Gozar, não é este nosso penhor?

Gozar a coisa simples

e também a cara,

gozar enquanto se pode

é esta minha tara.

Gozar a fria noite

e a reluzente aurora.

Gozar o dia todo.

Gozar, eis meu apodo.

E assim levo vida

sem tanto reclamar

gozo na saída

depois de muito entrar.

Meus dias se sucedem,

um dia irão findar,

mas nada me impede

de até lá gozar.


Ribeirão Preto, inverno de 2020

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