Bendito seja o café
Bendito seja de dia
bendito seja de noite
bendito no batente,
o moderno açoite
Bendito na noite fria
bendito no dia quente,
mas ele deixa amarelo,
deixa amarelo o dente
O velho café
que nos trouxe tanta riqueza
e no sertão bandeirante fez do negro
e do índio presa
O café maquinista
de São Paulo
terra de conquista,
hoje apanágio do barista
O café tão bem falado
sob a mira dos coronéis
deixou o povo calado
Mas não culpemos a sagrada bebida
também a cerveja, nossa melhor amiga,
hoje fabricam de dourada espiga
e a usam para explorar
Ah, café, construiste nosso lar
lar tão surrado,
se hoje no coração do pantanal e do cerrado
indene o fogo está a crepitar
Que da terra queimada
possa um novo Brasil nascer
um Brasil da mão calejada
e Bolsonaro, ele que vá se f...der!
Ribeirão Preto, setembro de 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário