sexta-feira, 31 de maio de 2019

Antonio Gramsci

O texto é de 2004.


Antonio Gramsci

Antonio Gramsci é um dos filósofos mais influentes do século passado. Italiano da Ilha de Sardenha, corcunda e baixinho, Gramsci acreditava que o poder deveria ser exercido pela Classe Dominada, que Marx chamava de proletariado (ou seja, os pobres e trabalhadores), mas a tomada do poder deveria ser gradual, com a mudança do pensamento e da visão do mundo (que nada mais é do que a visão que a Classe Dominante, chamada de Elite, tem) da massa através da ação dos intelectuais. Segundo suas teses, o principal modo de mudança dessa mentalidade e onde os intelectuais devem exercer sua influencia, é na Escola onde estudam os filhos da Classe Dominada

Atividade Prática História Medieval II

Texto de 2005.



Atividade Prática

História Medieval II


Discente: Felipe Luiz
Docente: Suzani Silveira Lemos França
Instituição: UNESp – campus Franca

Texto-Base: A “visão do mundo” do homem da Idade Média; in: As Categorias da Cultura Medieval; Gurevitch, Aron; Lisboa, Caminhos, 1990.

Tema: O Historiador e o  Anacronismo

Plano de Aula


Método: Expositivo.

Público Alvo: Sala com cerca de 45 educandos, do 3° Ano do Ensino Médio.

Objetivo: Introduzir a sala no tema, levar a reflexão sobre o mesmo. O objetivo último e principal é excitar mentalmente os educandos, visando desenvolver nele um pensamento critico e a capacidade de avaliar e criticar, entender um processo e um tema e saber critica-lo. Em suma, levar o educando a reflexão e a sala ao debate.

Pontos Relevantes da Exposição


Definição Conceitual


→ Tempo : Do latim tempus, o termo tempo será aqui considerado como uma sucessão causal dos fatos (fenomenológicos). O que indicará a passagem do tempo é sua medição por instrumentos próprios, como relógios, ou através de escalas. Entretanto, sem apelo a instrumentos, o que marcará a passagem do tempo, é a causalidade habitual dos fatos.

→Tempo Histórico: Do latim historicu, o que é histórico, é tudo que é relativo a História. Dessa forma, tempo histórico é uma categoria de tempo medida pela história. Ao me referir a tempo histórico, estarei me referindo ao tempo no qual a história já existia, não como disciplina, mas sim a partir do momento em que foi possibilitado o trabalho do historiador, ou seja, a partir do nascimento da escrita, e, por conseguinte, do documento escrito. Deve-se lembrar que os conceitos humanos, como História, são feitos para que os humanos usem.

→Visão do Mundo: Do latim visione, e do latim mundu, o termo visão de mundo não indica apenas a forma como os homens vêem o mundo, mas sim a forma como eles o sentem, como o mundo é captado por eles, qual a forma como eles conceituam, o mundo, nisto incluso o mundo natural e o mundo humano, ou seja a sociedade humana. Resumindo, como eles apreendem a totalidade da realidade, e como eles a conceituam.

→Recorte tempo-espaciais:, do latim recorte, no sentido aqui utilizado, o recorte vai significar a demarcação de um objeto de estudo. Quando se diz “recorte tempo-espacial”, refiro-me que dentro do tempo histórico e do espaço humano no mundo, foi demarcado um especifico, o qual estará sendo estudado. Está delimitação não é acidental, mas sim baseadas nas semelhanças e diferenças dos tempos e espaços diferentes. Também não é acidental a primazia do tempo sobre o espaço no conceito, isto por que entendo que, dentro da História e dentro do conjunto dos seres viventes, o tempo é de maior valor que o espaço, embora esta diferenciação não seja vasta.

→Práticas conceito-acionais: Ao me referir a práticas conceituais, refiro me a forma como o mundo é conceituado pelo homem, e também ao conteúdo destas formas, refiro-me a forma de criação de discurso, a forma de criação de conceitos e a forma de aceitação ou não destes discursos e destes conceitos. Já quanto a práticas acionais, que fique claro que o acional refere-se à ação, e por falta de termo adequado, será ele mesmo o utilizado. Ao falar em práticas acionais, indico como, baseado nas práticas conceituais, o homem age, e de que forma estas ações serão ou não dadas como certa ou erradas, verdadeiras ou falsas. Este termo, práticas conceito-acionais, em seu conjunto, refere-se então ao que é dado como bom ou ruim, certo ou errado, verdadeiro ou falso, num dado recorte tempo-espacial, que comporta uma certa visão de mundo, também pautada por estas práticas. Demonstra também o que é verdade num recorte, sem demonstrar, entretanto, o que gera esta verdade, e o que rege a gestação e aceitação desta verdade, e desta nova verdade. Além disto também não demonstra o que ocorre para a não aceitação de um discurso como verdadeiro, ou seja, nas palavras de Foucault, as formas de interdição de um discurso.



A Dialética Da Existência OU A Negação Da Existência (O ceticismo aplicado)


Texto de 2004.


A Dialética Da Existência
OU
A Negação Da Existência
(O ceticismo aplicado)


               No mundo moderno, o homem criou uma série de conceitos, e estes ele usa diariamente, muitas vezes desconhecendo seu significado real, tendo apenas uma reminiscência destes. Assim sendo, peço que reflitam sobre o conceito de existência. Segundo o dicionário existir é ter existência, é ser, estar, viver, ser duradouro. Aprofundando na questão, quis saber o que era ser, e, ainda segundo o dicionário, ser é ter sentido. Ora, ora, na minha concepção nada tem sentido, pois tudo desembocará na questão principal da criação: Quem criou a vida? Entretanto paremos esse raciocínio por aí, e vejamos a vida, o ser, a existência duma forma dialética.

1. Dialética, para os desavisados, é o conjunto tese - antítese = síntese. Ou seja, para toda teoria há uma teoria controvérsia que coloca a veracidade da primeira teoria em julgo.

2. A dialética teve sua origem com Sócrates. Entretanto foi Aristóteles que primeiro teorizou a respeito da dialética e deu-lhe o nome de silogismo. Não obstante, vamos nos ater ao pensamento socrático. Este a explicava da seguinte forma: Imagine que A, B e C são números ou objetos ou qualquer outra coisa. Bem, se A é igual a B, e B é igual a C, logo A será igual a C. Sintetizado, A = B, B = C, A = C. Esse é o princípio da dialética, explicar a partir de certos fatos conhecidos outro fato.

3. Posteriormente houve o silogismo aristotélico, que, em muito, é igual ao raciocínio socrático. A partir de diversas constatações, as premissas ou juízos ou proposições, chega-se numa razão, numa conclusão. Por exemplo, Sócrates é um homem, todos os homens são mortais, logo, Sócrates é mortal. O silogismo é também chamado de pensamento lógico formal, ou pensamento lógico, e através dele muitas questões de nossa vida podem ser respondidas ou esclarecidas.

4. Entrementes, a dialética pura vai um pouco mais profundo. Vejamos uma forma de se interpretar o exposto em 1. Ora, se para toda a tese há uma antítese, ou seja, para tudo há um contrário, um paradoxo, e, a partir desse jogo, chegamos numa conclusão, pois tem-se que para tudo há algo inversamente contrário de mesma força ou intensidade. Essa é uma constante filosófica que pode ser observada na Física, quando se discute a Terceira Lei de Newton ou Principio da Ação e Reação e mesmo em estudos gramaticais da língua portuguesa, por exemplo.

5. A partir do conhecido agora, chegamos numa próxima questão, que certamente deve ser considerada como verdadeira. Os contrários se destroem para que surja a síntese entre eles. Por exemplo, digo eu que o melhor jornal que existe é o jornal X, enquanto você diz que, muito pelo contrário, o M, na verdade, é o melhor jornal. Bem, temos agora duas opiniões claramente conflitantes. Eu expus a minha tese e você fez o mesmo e expôs sua tese. Se quisermos chegar num acordo pacifico, sem que haja o abuso da força por algumas das partes, teremos que discutir as teses. A partir daí temos possibilidades coloridas.
I - Eu posso lhe convencer que X é o melhor, e você, pela mesma via, também pode me convencer que M é melhor que X.
II – Podemos, ainda, não chegar num acordo sadio e não completar a dialética.
III - Uma das partes pode também impor sua opinião a outra, como já nos dizia Maquiavel, se valendo da força ou símiles.
 IV - Ou, em última instância, podemos concordar que, na verdade, o melhor mesmo é o jornal W.

6. Em qualquer uma das formas de acordo, a opinião de uma das partes muda, mesmo quando não se chega a um acordo, pois as partes refletirão sobre os argumentos alheios, tanto para mudar os seus argumentos ou opiniões, quanto para fortalecê-los e melhorá-los. Ao se chegar numa conclusão diferente da idéia inicial, temos uma síntese, que só vem comprovar a veracidade da dialética.

7. Se tudo tem seu contrário, qual o contrário do homem? O espírito, diriam muitos, e, digamos que concorde eu com isto. E qual a síntese desta conjuntura? Refaço a pergunta, agigantando-a: O contrário de Deus, sempre colocado como uma criatura eterna sublime e benéfica, seria Lúcifer, ser também infinito e maléfico. Bem, bem, qual a síntese desta luta maniqueísta entre o Bem ou a Ordem, incorporadas em Deus e o Mal ou o Caos, sintetizados no Diabo?

8. Numa concepção judaico-cristã, a síntese dessa luta é a Existência. Ou seja, da luta eterna entre o Deus e o Diabo nasce a Existência. Percebam que a própria questão da existência anterior de deus e do diabo não é levada em conta, pois se a síntese da luta entre os dois é a existência, há existências antecedentes a estes, que escapam a própria existência.

9. Se a Existência é fruto da destruição mutua entre Deus e o Demônio, Bem e Mal, Ordem e Caos, ou de sua união, então esta é Neutra e Justa, como nos diz o raciocínio lógico. A razão entre Bem e Mal é a Neutralidade, e a razão entre Ordem e Caos é a Justiça.

10. Bem, se a Existência é Neutra, e todas as coisas no universo existem em função desta luta, então tudo universo é Neutro. Mas, nesse dilema, encontra-se outro mais profundo: Podem as coisas decidir por qual lado lutarão?

11. Se puderem, estaremos admitindo que existem pessoas que praticam o Mal por que escolheram, e outras, caridosas, que louvam fazer o Bem a outras.

12. Um padre ou pastor é bom, por que tenta revelar a verdade dogmática a outros. Um político que distribui alimentos também é bom, ora, pois, está matando a fome dos outros.

13. Já um ladrão que roubar um pedaço de pão duma padaria é claramente maléfico e deveria ser queimado ou apedrejado, pois, não importando os meios e sim os fins, ele acaba de retirar de um homem bom, o padeiro, para alimentar a um homem que é mal, ele próprio, pois foi capaz de roubar um homem bom.

*(13 ½. Pequena Distorção Imposta À Sociedade Pelas Religiões. Antes a questão fosse simples a tal ponto que, num pequeno silogismo, o resolvêssemos. Partindo do exposto acima, existem seres totalmente bons ou seres totalmente maus. E, se, hipoteticamente, o referido ladrão encontrasse uma quantia muito grande de dinheiro, e esta doasse todo aos pobres em testamento, fazendo milhares de famintos felizes, estaria ele fazendo um ato bom, redimindo o outro, ou todos os outros de sua vida. Então temos que um ato mal pode ser esquecido por outro benéfico. Bom, então quer dizer que, caso seja eu rico, posso viver numa eterna maldade, que, ao deixar tudo que tenho para ser usado em doações aos pobres, serei redimido e considerado um bom homem. Assim tem-se que o dinheiro compra a bondade, e que, como quem é bom vai ao paraíso, o dinheiro compra o paraíso e a felicidade eterna.)*.


14. Voltando, qual é a síntese do homem – espírito? É a vida. A vida é algo superior ao homem e ao espírito, caso este exista. Mas, será que é possível pensar em algo que não existe, pois se não existe como pensar nesta coisa. Empiricamente façamos a pergunta de outra forma: Como saber se algo existe? E se algo não existir, como saberemos que realmente não existe? Melhor, se chegarmos à conclusão que algo não existe como saberemos se na realidade aquilo que achávamos que não existia existe e o que acreditávamos que existia (no caso, nós) verdadeiramente não existe? Portanto a existência também é subjetiva a cada um. Segundo o dicionário existir significa ter realidade; entretanto a realidade (que aqui defino como o que cada um crê verdadeiramente) também é subjetiva, pois cada um acredita no que quiser e não há (ainda) ditadura que possa entrar na sua mente e mudar seu pensamento. Assim posso crer que existem extraterrestres enquanto outro pode me chacotear por tal crença.

15. A essência do parágrafo acima é: “Não importa o quão estranho ou alienado seja algo, caso alguém acredite neste, ele passa a existir, pois a realidade é feita a partir da experiência própria, e cada um tem a sua”.

16. O espírito seria a essência do homem. Ou seja, “o que garante a individualidade necessária à interpretação da realidade de cada um”. Mas se a realidade de cada um é empírica e racional antes de tudo, e o que garante a interpretação subjetiva da realidade é esse empirismo, e o que garante que nós lembremos das coisas é a memória, o espírito é o romântico da memória. O espírito é construído também por cada um subjetivamente. Assim a existência, a vida existe em função da memória. E o que se chama de memória é o que faz haver o espírito, sendo este inexistente.

17. Imagine as conseqüências catastróficas para os animais caso não tivessem memória. Talvez eles não fossem nem mesmo capazes de respirar, pois o processo de respiração é garantido pela memória gênica das células por ela responsável. Temos então que o espírito, compreendido como essência metafísica do vivo, nada mais é do que invenção.


           Alguns dizem que o homem é um animal social. Outros tantos dizem que o homem é racional. Pobres destes dois tipos. A única coisa que o homem é, sem dúvidas de erro, é que ele não é nada.

1. É fato que o homem, bem como qualquer outro ser

O homem é como um coringa, uma carta em branco, tudo que o homem pensa, ou sabe ou pensa saber, provem não de si meso, de seu espírito, como chamam os que neste acreditam. Tudo que o homem sabe vem do que lhe foi ensinado. A única coisa natural no homem é o que é natural em todos os outros animais: instinto de sobrevivência, e é em função desse instinto que todos os homens necessitariam viver


Apologia Ao Ateísmo E Desmistificação Da Religião (O ceticismo puro)

Texto de 2004.


Apologia Ao Ateísmo E Desmistificação Da Religião
(O ceticismo puro)

             Muitos dizem deus, deus, e nem ao menos pensam em tentar saber o que exatamente é deus. Imaginam-no como uma criatura metafísica responsável pela criação do mundo e do Universo e de todas as formas vivas e de tudo que enfim existe. Ora, ora, nada mais falacioso que tal colocação.

1. Primeiro, Há muito já nos disse Parmênides de Eléia que tudo no Universo ou é ou não-é, em suma, que algo existe ou algo não existe, não havendo caminho adverso. Se algo é, existe e é material, palpável. Já se não-é, inexiste, assim sendo, é imaterial, não passando de imaginação.

2. Segundo, Parmênides ainda nos legou que não se deve perder tempo tentando explicar o que não-é, já que pesquisar ou fazer conjecturas sobre o que não-é, sobre o que não existe, constitui-se metafísico, e, portanto nunca poderá ser explicado. Vejamos a questão que nos aflige de outro modo: deus é ou não-é? Respondo: eu, e ninguém que conheça, nunca viu nem tocou deus e nem conhece alguém que o viu ou nele tocou. (Ignoremos agora o Citado em 1) E mesmo que deus transcendesse a matéria, constituindo seu corpo algo intocável e etéreo, ele teria imagem ou no mínimo presença física (pois senão os homens nunca teriam começado a louvá-lo)! E, mesmo esta presença física, continua sem ser vista por qualquer um que conheça, então chegamos à conclusão que deus não-é e por tal não existe.

(2 ½. Pequena impressão de contradição. Cabe aqui um esclarecimento. Conforme o já dito, as coisas ou são ou não-são. Acabo de afirmar acima que deus não-é, portanto não existe. Afirmo também que se algo não-é, é impossível que se faça afirmações a seu respeito. Mas, se deus não-é como é que existem conjecturas a seu respeito? A isso respondo: os filósofos tradicionalmente dividem as interpretações do que existe em dois grandes grupos possíveis de interpretações, o mundo sensível e o mundo das idéias. O mundo sensível é aquele que os cinco sentidos, tato, olfato, visão, audição e gustação, podem captar. Já o mundo das idéias é aquele onde, através da compreensão do mundo sensível pelos sentidos, o homem constrói conceitos e assemelhados. Deus é, portanto, como será demonstrado adiante, uma construção mental que certos indivíduos tem consigo, existindo apenas na mente dos homens, ou seja, ele é e não-é ao mesmo tempo, pois ele não existe fisicamente, existindo apenas no mundo das idéias, pois os homens o criaram.)

3. Além do mais, caso se admita a idéia do corpo de deus ser fantasmagórico, por que somente o deus católico-judaico-cristão existe? Se porventura este existe, não existirão também outros e outros iguais, ou impares entre si, provindos das mais diversas culturas, tribos, países e etnias. Mesmo que exista um deus mais forte e outros mais fracos, nós teríamos não apenas um ser perfeito e infinito, e sim diversos outros. Assim, por que os outros deuses nos permitiriam louvar a um só, consoante prega as religiões monoteístas? Certamente estes interviriam, ou não? Pode-se argumentar que todos os deuses são a mesma faceta de um mesmo ser. Mas tal afirmação é irracional, pois o que um católico considera correto não é muitas vezes correto para um budista ou mulçumano. Logo, é impossível que admitamos a idéia de um só deus, a menos que este tenha Síndrome de Caim ou símile.

4. Se deus é, então ele é feito de matéria ou se deus não-é, inexiste, e é imaterial. Bem, como nunca o vi e nem conheço alguém que o tenha visto, assim como não registro histórico fidedigno que o comprove, ele não-é, e por tal inexiste, podendo ser no máximo um sentimento ou uma projeção mental. Não há como algo existir sem ser material, palpável. Isso é correto e ortodoxo. “Muito bem”, dizem então os religiosos, “Então me explique os sentimentos e sua natureza. Nunca relei no amor ou na saudade ou na felicidade, mas sinto estes pulsarem em minhas veias e exortar a mim e a todos que conheço”. Ora, ora, pelo que me consta os sentimentos tem sua origem no cérebro (e que alguns chamam de coração, não no sentindo relativo ao órgão que bombeia o sangue, mas sim no sentido do lugar onde os sentimentos originam-se, é onde o homem “sente”). Sei também que os impulsos nervosos do cérebro têm sua origem em substâncias químicas, que instigam os neurônios a dar uma resposta ao meio externo. Por estas conclui-se que o amor, bem como todos os outros sentimentos e similares, são originados de impulsos nervosos e substâncias químicas, sendo, depois de sabido o supracitado, um fenômeno em essência químico. Percebe-se então que não existe o Amor como muitos dizem, e sim existe o amar, a ação do Amor é verdadeira, mas o Amor, como nos é passado atualmente é a mais caluniosa das mentiras, pois o amor deixou de ser amor e se tornou Amor, adquiriu vida própria, transformou-se num mito, idealizou-se, é hoje mais uma idéia que um sentimento propriamente dito. (N.E. *Ver O ceticismo puro aplicado e As conseqüências do ceticismo puro)

5. Já que deus não-é, sendo, portanto, imaterial, só nos resta duas coisas que ele pode ser: sentimento ou projeção mental, tendo ambas a capacidade de explicá-lo.

6. Não pode então deus ser considerado um sentimento? Deus por si só, como já ficou provado, inexiste. Mas então no que as pessoas acreditam. O que ocorre é que deus inexiste, mas a fé que se tem nele existe, sendo deus então, segundo os métodos socráticos, um sentimento. Do mesmo modo que o amor, o ato de sentir fé é um impulso nervoso, estimulado por uma substância química, que chegará aos neurônios, que por sua vez responderão a este impulso da forma que melhor lhes apetecer. Sentir fé é antes de tudo acreditar piamente, ter confiança muito grande a algo ou alguém. Se deus não se constitui material, mas acredita-se nele, nada mais passa a fé que sentem em deus (e por conseqüência ele próprio) do que um sentimento, ou seja, deus é fé e sentimento, e deus não criou os homens nem universo algum, mas sim estes o criaram e agora invertem o papel.

7. Mas, por que as pessoas gostam de sentir-se enganadas? O grande problema é que elas não se sentem. Sua fé cristalizou-se de tal forma unilateral, que pensam elas que deus existe, e que ele é um ser perfeito, físico, onisciente, onipresente e onipotente. Para essas, deus não é um sentimento, mas sim um ser real. Na verdade, pessoas com fé muito grande em deus constituíram para si próprias uma projeção mental, tal qual uma ilusão ou holograma. E estas têm chances diminutas de se libertar. Uma projeção mental nada mais é que algo, um ser, um sentimento, etc..., Que nossa mente, por puro conforto ou comodismo, projeta e nos ilude. Claro que a mente não faz isso por que quer, mas sim por que permitimos, como já foi dito, por comodismo, por preguiça de pensar e raciocinar ou por não conseguir aceitar algo, encontrar os fundamentos lógicos na existência divina. A mente pode criar projeções mentais ainda por que a pessoa quer acreditar naquilo ou está com aquilo na mente, muitas vezes em decorrência do que lhe foi exposto enquanto criança ainda imberbe. Quem já viu vultos ou ouviu seu nome sendo chamado sem ter ninguém chamando sabe o que digo e que isto se constitui verdade.

8. Bem vejamos, então todos os milagres, padres, pastores, e símiles, nada mais são que farsantes e vigaristas? Talvez sim farsantes, mas farsantes “eufemizados” (pois muitas vezes, e estas são maioria, eles também acreditam no que pregam)..., ou seja, eles são farsantes de si próprios, pois na maioria absoluta das vezes, como já citado, eles mesmos acreditam no que dizem;... mas nem tanto vigaristas, embora se observe hoje novamente em certas religiões (que passou a ser confundida com igreja) a venda de indulgências, onde se cobra quantia insólita por uma Bíblia, tudo em nome e pelo Senhor Jesus Cristo. Como pode deus precisar de dinheiro? Não é ele onipotente, não pode ele tudo? Então por que me pedem dinheiro em nome de deus? Também nunca o vi num shopping ou num centro comercial comprando presentes e badulaques para seus filhos. Tem esse dinheiro uso tão profícuo, para deus, quanto tem a mim um absorvente. Esses valores arrecadados terminam sim por sustentar pastores e padres patéticos, é a chamada “espilantralidade”. Mas, como já posto nem todos assim o são, podendo os sacerdotes, em muitos casos, acreditar piamente em deus, diabo e divindades mitológicas afim, conforme exposto em 6, e utilizar o dinheiro arrecadado para manter a sua religião, recebendo, pois, dos freqüentadores desta, quantia justa por seus trabalhos prestados.

9. Vamos fingir, entretanto, que a existência de deus é irrefutável e insofismável. Então, por tal, deus criou o mundo, o universo, todas as criaturas, e tudo mais. Só aí nessa tese, que é amplamente aceita, um erro a compromete, o que criou deus? Pois analisemos melhor. Como se sabe tudo necessita necessariamente ser criado por algo, em tudo há um momento de síntese. Então, já que deus é o pai de tudo, o que o criou? Essa pergunta não se restringe só a existência de deus, mais também a todas as teorias criacionistas. O que vem antes do começo? A essa pergunta ninguém, nem mesmo deus é capaz de responder, não sendo, portanto ele onisciente (ele não saberá dar-me essa resposta), onipotente (ele não foi capaz de se criar) e onipresente (ele não existia antes de ser criado). 

10. Argumento ainda com mais uma tese. Muitas religiões dizem que o homem foi criado a semelhança de deus. Outras tantas dizem ainda que haverá um dia em que deus escolherá algumas pessoas que serão salvas e passarão a eternidade no Paraíso e coisas assim. Ora, ora, que deus mais justo não? Todos viemos dele, e ele escolherá alguns. Como pode ele me negar se, em última instância, nasci dele, sou um prolongamento de seu corpo perfeito? E se não acreditar nele, mas for uma pessoa de índole indene, ajudando os pobres e promovendo uma verdadeira revolução social, transformando todos em iguais, ainda sim não serei salvo? Quer deus que eu acredite em algo que nunca vi, e que também ninguém nunca viu só por que todos os outros homens acreditam? Essa é a justiça de deus (ele não seria bom magistrado).

11. Dizem outros ainda que deus deixou seus ensinamentos na Bíblia. Supondo que tal é verdade, e que a Bíblia foi escrita há tanto tempo que nem sem tem registros de tal, não podem os homens ter alterado esta a seu bel prazer ou segundo os interesses de determinados grupos? E quem me garante quem os apóstolos não se corromperam e alteraram a Bíblia para favorecer seus posteriores familiares? Existe ainda o Corão, livro sagrado dos mulçumanos. Quem acredita em Alá, e não em deus, e quem tem sua base moral no Corão, e não na Bíblia, nunca será salvo? Como podem tantos homens sucumbir a esta justiça distorcida, deste deus que vê e deixa morrer Esse é só um exemplo dos erros relacionados a livros sagrados, pois cada religião costuma ter o seu. Os brâmanes têm seus Vedas e os judeus a Torá, e a grande maioria das tribos humanas tem sua própria religião passada oralmente, como os indígenas, os aborígines, etc... 

12. E para que ele nos deixa viver, se ele é onipotente? Para nos ver sofrer e implorar? Ou para ter o prazer de nos mandar para o Inferno? Se deus tudo pode, é totalmente desprovido de sentido que ele crie seres viventes apenas para ver a maioria ser destruída. Ele não precisa de mim, então por que motivo ele me criaria?

13. O ateísmo é superior, então, ao deísmo? A estes respondo: Acreditar em deus por si só não constitui problema algum do ponto de vida filosófico. O mito deus, para muitos é uma válvula de escape, pois, é realmente difícil acreditar que a vida termina com a morte, e que se vive para nada. Deus, e o paraíso serviriam para amenizar a falta de sentido de tudo. Pode servir deus ainda como forma de dominação social de uma classe sobre outra, como foi e ainda é usado (dizem muitos que tudo ocorre por que deus quer. Ora, ora, é então este deus sádico, pois deixa que bilhões de pessoas passem fome e morram das causas mais diversas sem intervir?), admitindo que tudo ocorre por que ele quer, e admitindo que o capitalismo é muito justo. Essa figura emblemática que é deus pode ainda ser usada como instrumento norteador da vida de muitos, dando um sentido a arte de se viver, e servindo como esperança e confidente a muitos. Os ateus são por lógica mais fortes e preparados que os outros, pois conseguem admitir diversas coisas em muito enfraquecedoras de qualquer um. No entanto, é importante mesclar no comando duma sociedade ambos, pois os ateus tendem a se tornar céticos e materialistas demais, o que, em excesso, não é em nenhum momento bom. Os religiosos tendem a se tornar mais confiantes e crédulos, o que também não é bom em excesso. Por isso, numa mistura homogênea de ambos um governo tende a ser melhor e a funcionar melhor.

14. Como o homem começou a louvar deus? Se aceitarmos a gênese bíblica, o homem nasceu do barro, e posteriormente foi expulso do Paraíso por conhecer o que deus conhecia, e, desse ponto é fácil saber como os homens começaram a louvar deus. Mas se aceitarmos, como atualmente muito é feito, a teoria de que deus criou o Universo a partir do Big Bang, como o homem descobriu que deus o havia criado, e agigantalho a questão, como os homens tiveram acesso a Bíblia? Ela caiu da Cidade De Prata, ou algum ser iluminado, como um querubim ou arcanjo, a trouxe para os homens? Onde está a primeira Bíblia escrita, que seria, caso existisse, a relíquia mais preciosa da Humanidade, melhor, do Universo.

15.Conclusivo. Cabe ainda nesta crítica / apologia ressaltar que este estudo não é de forma algum conclusivo, e menos ainda inquestionável. Trata-se apenas de coleção de certos fatos inerentes a Deus que todos nós deveríamos ler e ter conosco, tanto para aprimorar nossas opiniões, quanto para mudá-las ou diversificá-las, além de inquirir padres e pastores com tais perguntas, não para vexá-los, mas sim para que eles também reflitam a teologia dogmática de suas religiões. Marx diz-nos que “a religião é o ópio do povo”. Analisemos esta frase. Marx, grande filósofo da humanidade, que, bem como os comunistas, não é contra a religião, o cultivo da espiritualidade por si só (que, de passagem e para não perder o costume, é um sentimento), é sim, como bem já eu disse, contra a espilantralidade, que por séculos enganou o povo e continua a fazê-lo, praticando terrorismo psicológico, ou se valendo de deus para dominar e amansar socialmente outras classes sociais que deveriam exercer o poder naturalmente. É também bem verdade que as religiões tradicionais deram um salto e deixaram o medievalismo para trás, especialmente depois de Frei Beto, Leonardo Boff e sua Teologia da Libertação, passando a praticar ações socialmente mais profundas, sendo que muitas delas são hoje essenciais em certos lugares carentes. Isso é bom e ruim. Bom por que ajuda a exterminar os bolsões de pobreza, e ruim por que algumas religiões novamente assumem papel que deveria ser exercido pelo Estado, e todos nós sabemos que misturar política com religião ou religião e poder publico não termina bem e não é recomendável. Vide feudalismo. Retomando, embora algumas religiões tenham se modernizado, outras tantas surgem a cada dia. São religiões fundamentalistas, com doutrinas apregoadas de falso moralismo, que tem entre a camada mais pobre e com menor escolaridade da população seu foco ideal de ação. Cabe ressaltar, entretanto que, como sempre, nada pode ser generalizado, pois muitas das novas religiões que surgem tem bases sólidas, feitas sobre estudos bastante complexos sobre os ensinamentos bíblicos, mas, infelizmente, estas são minoria. E mesmo essas reformas pelas quais algumas religiões mais tradicionais passaram não foram completas e necessitam ser terminadas, para que algum dia a religião possa realmente elevar o homem espiritualmente, e livrar todas as religiões de sua função original: dominar e amansar socialmente o grosso populacional, para que as elites se mantenham no poder.

Felipe Luiz

Ribeirão Preto, 3 e 4 de novembro de 2004, 14h00min e 4h41min.

As Fases do Capitalismo e o Imperialismo

Texto de 2004.


As Fases do Capitalismo e o Imperialismo

              
               No decorrer da evolução do capitalismo, que se inicia com o progressivo fim dos feudos, por obra da burguesia comercial nascente, com o surgimento dos Estados nacionais, que teve inicio com Portugal, e a Época das grandes navegações, e toma conta do mundo definitivamente com os ideais iluministas e com a Revolução Francesa em 1789. O capitalismo é comumentemente divido em;



1 – Capitalismo Comercial ou Mercantil.
     É bom ressaltar que o feudalismo só tem fim graças à ação maléfica dos comerciantes. Após a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e com a invasão das cidades romanas pelos bárbaros, a maior parte da população fugiu para o campo em busca de uma vida melhor. Ms nos campos já havia os grandes proprietários de terra, que vendo o grande número de empregados que batiam a sua porta, aproveitava-se do desespero alheio e firmava com estes camponeses refugiados acordos de serventia. O dono da terra, chamado de senhor feudal ou suserano, cederia a terra para que os camponeses, chamados de servos, trabalhassem e fornecia também uma infame proteção contra os ataques bárbaros, que eram muito freqüentes devido à ausência de um exercito central forte para combatê-los, e em troca o servo pagaria alguns impostos, sendo também preso a terra. Com o tempo o senhor feudal, para se fortalecer politicamente e militarmente começou a ceder quintas de suas terras a pessoas de sua confiança, os chamados vassalos, sendo que este em troca devia ao suserano alguns impostos e ajuda militar em tempos de guerra. Surgiu assim a Alta nobreza, formada pelo Senhor Feudal, os Vassalos e os familiares e amigos preferidos destes. A Religião Católica Apostólica Romana teve papel fundamental no desenrolar dos fatos. Desde que Constantino, um dos últimos imperadores romanos, se convertera ao cristianismo a RCAR se tornara uma instituição muito forte, tanto que resistiu a queda do Império Romano com sua estrutura apenas abalada. Com a criação do Império Carolíngio e com a adoção por Carlos Magno da RCAR como religião oficial, os católicos se fortaleceram e passaram a exercer uma forte influência no governo, assumindo até mesmo algumas de suas funções. Através de sua doutrina de sofrimento e de suas verdades, a RCAR ajudou os Senhores Feudais a se manterem no poder por muito tempo. Cada Estado era formado então por um rei (suserano) e por seus nobres (vassalos), todos possuidores de seus feudos e de seus servos. Os feudos eram praticamente estados autônomos, comprando o necessário a seu funcionamento e vendendo o excedente. Este rústico comércio era feito por comerciantes ou por caravanas de comerciantes. Eles rodavam toda a Europa atrás de compradores de seus produtos, fazendo assim fortuna. O grande problema começou quando o comerciante, esta pequena burguesia, se deu conta que seu dinheiro na verdade era fracionado, visto que cada feudo tinha geralmente sua própria moeda. O comerciante, pensando sempre na sua usura começou então a patrocinar senhores feudais, para que estes invadissem e anexassem territórios de outro senhores feudais, surgindo assim estados nacionais fortes. O primeiro grande estado nacional foi Portugal, ainda no séc. XIV, com a subida ao poder da Dinastia de Avis, seguido por Espanha com a união dos reinos de Leão e Castela, Aragão, Granada e Navarra, também no séc XIV. Daí fica fácil entender por que esses países exerceram forte hegemonia na Europa até a Revolução Industrial em 1750.
     O Capitalismo comercial surge após a formação dos Estados Nacionais.. Nessa fase as principais características do capitalismo são:

·        Metalismo.
·        Balança Comercial Favorável.
·        Protecionismo.
·        Intervencionismo Estatal.

           Essas características, em especial o metalismo e a balança comercial favorável, foram os carros chefes das Grandes Navegações, sem contar o interesse pelo monopólio de especiarias da Índia, que na época estava concentrado nas mãos dos ricos comerciantes venezianos. Esta é também uma das poucas fases do capitalismo em que não há um grande teorista, com a exceção de Colbert, Ministro Francês das Finanças.

2 – Capitalismo Industrial.
     A segunda fase bem definida do capitalismo tem inicio com a Revolução Industrial, que teve inicio com especial força na Inglaterra a partir de 1750. Durante o Capitalismo Comercial, a Inglaterra investiu pesadamente no comércio e na sua frota naval, pois entendia que estes dois itens eram necessários para a construção de uma potência. Não obstante, a Inglaterra substitui seus investimentos em comércio pelos investimentos na indústria. Posteriormente, Portugal, principalmente em decorrência do Tratado dos Panos e Vinhos ou Tratado de Methuen, viu-se totalmente dependente da Inglaterra. Já os investimentos em sua marinha continuaram ativos, devido principalmente a Revolução Inglesa, durante a época da República de Cromwell, quando este decretou os Atos de Navegação (1651), que estabelecia que toda mercadoria destinada ao mercado inglês só poderia ser transportada em navio inglês. A soberania inglesa nos mares pode ser sentida até hoje, em especial durante o decorrer da SGM, quando a Grã Bretanha só não foi invadida pelo Terceiro Reich por que os anglo-saxões se mostraram superiores nas batalhas navais. Com os investimentos na indústria e o descobrimento de formas de energia alternativa, diferentes da humana, como carvão, vapor e eletricidade, surgiram a máquina de fiar e a locomotiva. Em pouco tempo via-se um operário, com uma fiandeira, fazer o trabalho que antes dez precisavam fazer juntos. A Revolução Industrial é dividida em duas fases bem demarcadas: Primeira Etapa (1750 - 1860), durante a qual a revolução se cerceava a Inglaterra e a Grã Bretanha. Já durante a segunda etapa (1860 – 1900) houve um gradual processo de popularização das novidades, chegando estas à França, Bélgica, Alemanha, Itália e Rússia (em especial São Petersburgo, Odessa, Kiev e Moscou), a maior parte financiada pelo capital inglês.
     Este período é marcado pelas grandes lutas dos sindicatos (trade unions), pela diminuição das jornadas extenuantes de trabalho, que chegavam a até 16 horas por dia, e que não diferenciava homem, mulher, criança. velho, doente e grávida, pelo aparecimento dos primeiros filósofos socialistas e da primeira experiência revolucionária da história: a Comuna de Paris.
     Com a acumulação de capitais provenientes do comercio, a burguesia começou a investir em fábricas e indústrias. Logo surge aí a burguesia industrial, uma poderosa camada de empresário com forte controle sobre o estado. A principio esta burguesia cede aos fortes movimentos que os fustigavam por todos os lados, como só ludistas e o movimento operário organizado, pois teme que se repita o acontecido na Comuna de Paris, diminuindo a jornada de trabalho, diferenciando os trabalhadores, etc..., mas posteriormente, com a adoção do capital financeiro, esta tomará estes direitos adquiridos um a um, somente para que o capitaliste aumente seus lucros sobre suor dos trabalhadores.
3 – Capitalismo Financeiro.
     Esta fase do capitalismo é marcado pela aparição da holding, empresa que controla outras empresa. Essa holding é geralmente um banco ou uma consultoria de um banco, que tem todos os poderes sobre uma empresa, como se fosse dono da empresa
4 – Imperialismo.


As Cinco Pilastras Capitalistas

Texto de 2004.


As Cinco Pilastras Capitalistas


1. Mercadoria / Valor / Trabalho
Desde quando a sociedade humana ultrapassou o Modo de Produção Coletivo e Primitivista e surgiu o sistema de escambo, inicialmente sem que houvesse a existência de moeda, ou assemelhados, mas sim com mercadorias, evoluindo posteriormente para a moeda, graças à complexidade em se medir o valor de diferentes mercadorias. Como saber o que vale mais, um quilo de arroz ou um caixa de uva?. Com o surgimento da moeda surge também a mercadoria. O preço dos produtos é determinado de acordo com o trabalho humano desprendido em sua fabricação (Enquanto valores, todas as mercadorias são apenas trabalho humano cristalizado - Marx). O trabalho, segundo alguns filósofos enobrece a alma, mais para a maioria é o único meio de sobreviver no mundo moderno, submetendo-se ao mercado de trabalho, onde as forças de trabalho têm que disputar por escassas vagas.

2. Capital
Em determinado momento do desenvolvimento da produção e das trocas, a moeda transformava-se em capital. Antes o produtor apresentava ao mercado seu produto, vendia-o e logo em seguida, usava o dinheiro da venda para comprar outras mercadorias que necessitava mais não produzia. O incremento dos processos de produção e dos processos mercantis, como a invenção de ordenhadeiras e ferramentas e técnicas de plantio e colheita mais eficientes, conduz a acumulação de moeda, sendo esta acumulação chamada de capital. Chega um momento em que tal processo se inverte, observado que o antes pequeno comerciante é agora detentor de grandes fortunas, e começa a atuar de outra forma: os possuidores de capital começam a comprar grandes quantidades de mercadorias para revendê-la e lucrar sobre a venda, num sistema louco por lucro.

3. A Mais – Valia
A mais-valia constitui-se a mais fundamental das pilastras capitalistas, visto que é por ela e dela que depende todo o sistema do capital. O capitalista compra a força de trabalho pelo seu valor. A força de trabalho tem seu valor determinado como qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho (da sociedade em formar um novo operário, sendo esta a causa dos valores salariais diferentes entre a contratação de um simples operário com relação a um engenheiro, exemplificando) necessário a sua produção, leia sustento do operário e sua família. Isso só é possível por que o capitalista possui as máquinas necessárias para o funcionamento da fábrica (os chamados meios de produção), enquanto os operários só têm sua força de trabalho para vender. Desde que o capitalista compra essa força de trabalho, ela produz uma certa quantidade de mercadoria por dia. Mas o valor diário entre a força de trabalho e as mercadorias produzidas não são equivalentes. Por exemplo, um trabalhador que ganha R$ 1000, 00 por mês, e num dia de trabalho corriqueiro produz um automóvel no valor de R$ 15.000, 00 e trabalha 8 horas diariamente. Esse trabalhador, em pouco mais de 3 horas de serviço, cobre o preço pago por sua força de trabalho, enquanto que o restante de tempo trabalhado (6 horas) vira um produto suplementar não retribuído pelo capitalista, o que constitui o lucro, ou mais-valia.


4. Alienação
O capitalismo é um sistema elitista, divisório, onde uma pequena parcela da população vive muito bem e uma parcela muito grande vive em condições sub-humanas, em outras palavras uma minoria que explora e uma maioria explorada. É fácil concluir que essa maioria explorada tem todas as condições de reverter esse quadro através da tomada do poder por meio de uma revolução socialista. Mas essa elite, essa classe dominante, para se manter no poder conta com sofisticados meios para impedir o avanço dos trabalhadores, chamado de alienação. Entenda por alienação os esforços desprendidos passivamente e ativamente pela burguesia para continuar com suas extravagâncias e favoritismos. Nesse processo alienatório estão empenhados a mídia de forma geral, que “trabalha” a cabeça do trabalhador com novelas, programas toscos e notícias manipuladas, os responsáveis pelo esporte, aplicando a famosíssima político do pão e circo, a caridade de ONGs, o Poder Público e com sua própria caridade, fatos vistos corriqueiramente. Conta ainda com todo um aparato cultural dominador anti-revolucionário, como músicas, filmes, livros e até mesmo pessoas.

5. Corrupção
Conforme já foi dito os trabalhadores tem todas as condições de tomar o poder, caso se organizassem em grandes entidades ou movimentos. O grande problema é que os trabalhadores já se organizam em sindicatos e estes, por sua vez, se organizam em centrais sindicais. Como geralmente os sindicatos tem grande poder de dominação sobre a classe que representam, o burguês em vez de comprar a classe toda, compra apenas o presidente e a diretoria do sindicato, saí mais barato e é mais eficiente. Da mesma forma a burguesia através de sua organizações partidárias (PFL, PMDB, PMN, PP, PAN, PRONA, PRP e PL), age no sentido de dividir o movimento operário e a classe proletária, através de frentes sindicais duplas (Central Única dos Trabalhadores, Força Sindical e CONLUTAS) e de falsos partidos operários ou revolucionários, que nada mais são que agentes dos capitalistas (PDT, PSDB, PSTU, PTB, PT do B, PC do B, PCB, PCO, PHS, PPS, PSB, PSDC, PTN, PRTB e tantos outros), agindo ainda no sentido de cooptar e comprar membros dos partidos trabalhistas reais (PT), fazendo com que estes ajam de acordo com seus preceitos básicos. Cooptam também líderes estudantis e suas organizações sindicais (GEs, CAs e DAs) e suas centrais sindicais (UMES, UEEs, UBES e UNE), encaixando-as  nas burocracias partidárias, visto que a juventude sempre foi precursora das mais importantes revoluções e resistências do país (Tenentismo, Coluna Prestes, Coluna Paulista, Revolução de Trinta, Resistência a Ditadura, além de fortíssimas lutas contra Ditadura, como a Guerrilha do Araguaia, e a favor da democracia burguesa, ver Diretas Já e Movimento dos Caras Pintadas), sabendo que a juventude é contestadora por natureza e é também revolucionária por natureza. Tentam também dividir o movimento estudantil para amortizar a juventude (UNE e CONLUTE). Além é claro da corrupção do Poder Publico, fazendo com que o “Estado moderno seja nada mais do que uma delegação que administra negócios comuns de toda a classe burguesa”, tendo papel também de coordenar o sistema de alienação política e “aburramento” da sociedade, através da destruição dos serviços públicos que poderiam abrir aos explorados as portas da revolução, como a educação.

Ribeirão Preto, 01/09/04; 1h21min.
Felipe Luiz





Efeito Televisão


Texto de 2004.


Efeito Televisão

              Estou completamente desvairado para completar vinte e um anos e me candidatar a Deputado Federal. E não por que Brasília é linda e vou estar perto do centro das decisões políticas não, é somente para poder fazer um projeto de lei proibindo a televisão. Não um canal ou outro, mais sim o eletrodoméstico, o aparelho de televisão. Maldito seja quem inventou esse artefato demoníaco. Ai que saudades do rádio. A televisão presta um desserviço à comunidade. Enquanto no rádio havia apenas a locução de, por exemplo, uma novela, na televisão esta é mostrada, como se você fosse uma espécie de divindade.  A televisão mastiga e engole para você, enquanto se vê um programa não há reação, apenas se recebe os estímulos visuais e se entra no maravilhoso mundo da alienação. Com a locução havia justamente o contrário, pois tudo que se passava na novela, com exceção do enredo, era imaginado, fazendo o cidadão, mesmo que forçosamente, pensar. Se Lamarck estiver certo, com sua Teoria dos Caracteres Adquiridos, em breve muitos seres humanos não terão sequer cérebro. Ele vai acabar se atrofiando e virando uma ervilha! Aí fico pensando se não é melhor que o cérebro se atrofie de vez. Talvez em seu lugar nasça um dedo ou um braço, ou algum outro órgão que ajude o imbecil a melhor viver. E os pobres livros, obrigados a viver sob o pé das estantes e das cômodas, atrás das portas e como pesos de papel, e às vezes como enfeite em reluzentes prateleiras. Claramente a população, o grosso popular, aderiu à televisão. Prefiro acreditar que os motivos para tal se resumem no desconhecimento do prazer da leitura de um livro ou de um texto.  Ou talvez por preguiça, como em grande parte de outros acontecimentos, onde relegamos diversas outras atividades, como a militância política, a defesa dos direitos, dentre outras. É duro para mim, um ativista de corpo e alma, que treme diante de qualquer injustiça, mesmo que mínima, que ocupa a maior parte da vida na luta pelos direitos alheios, saber que por preguiça, pura e simples milhares passam fome, são explorados com salários realmente mínimos, estão desempregados ou são obrigados a viver através de bolsa - preencha com alguma palavra de sua escolha do Governo, que nada mais é que esmola. O Governo não deve dar subsídios a pessoas de baixa renda, e sim trabalhar para que haja emprego e todos possam se sustentar e viver dignamente, mesmo que temporariamente faça uso da política do New Deal, construindo, como reza esta prática, prédios públicos que faltam na infra-estrutura das cidades e aderindo ao Welfare Estate como este realmente é. O Estado do Bem estar deve fornecer todos os direitos descritos na Constituição, por lógicas exeqüíveis, fazendo do Estado uma peça realmente profícua no combate dos mais pobres, como também é disposto na Constituição, fornecendo emprego, ensinando o camarada a pescar, não dando o peixe. “Só a educação liberta”. (Epicteto)
Ribeirão Preto, 19 de Agosto de 2004
Felipe Luiz
Diretor Social do Grêmio Estudantil da E.E. Prof. Cid de Oliveira Leite, Diretor Social e Cultural da Alunesp, Membro da Comissão Pró UMES e Coordenador Ribeirão Pretano da Juventude Revolução.






Honra ao Imperador


Texto de 2004.


Honra ao Imperador

Até quando os Estados Unidos da América terão soberania sobre o mundo?
                                                                            Por Felipe Luiz 3° C

Ao mirarmos a face para o lado, em pleno centro de qualquer cidade brasileira, nos afrontaremos com nomes de lojas e de produtos claramente influenciados pela língua estadosunidense. Daí podemos partir para nosso tema principal: dominação mundial. Dominar não significa realmente guerrear, ou controlar um território através da presença de tropas. Dominar significa envolver, dissimular e ditar regras, ações e políticas. Esqueça guerras, o controle de um povo começa a partir da hegemonia econômica, que lentamente conquista as outras esferas de influência de uma nação, como as representações culturais, ameaçando sua soberania com golpes políticos, até que se chegue ao controle dos governantes, reles fantoches na mão do dominador. Voltando ao caso do nome das lojas, que nos demonstra a que ponto a Dominação norte-americana já chegou, pois nossa cultura do samba, da bossa nova e do pagode, além de nossos nomes e outras representações artísticas, nos mostram a genialidade do golpe de Tio Sam: o próprio povo brasileiro não gosta do Brasil. A desorganização governamental, também obra imperialista – neocolonialista – capitalista – selvagem, nos dá a idéia lasciva que os Estados Unidos são um grande paraíso, graças à manobra causada por seu cinema, que nos demonstra apenas “o lado que funciona de seu país”, excluindo da cena os guetos e suas acentuadas diferenças sociais, que inclui o preconceito aos negros e latino-americanos. Nosso jovem disperso, tipicamente brasileiro, encaixa-se como uma luva aos preceitos da “terra da liberdade” de domínio, a excluir-se louváveis exceções. A esperança do Brasil e do mundo são essas pérolas raras no país do contraste social.








A libertação da mente


Texto de 2005.


A LIBERTAÇÃO DA MENTE




Introdução


Minha intenção ao escrever este texto não é nada mais nada menos que fazer com que as pessoas pensem. Não sei sequer se o assunto aqui tratado é inédito, sei apenas que não plagio ninguém, pelo menos não de livre e espontânea vontade. Trato aqui de assuntos que me perturbaram o sono por muitos anos até que consegui acho eu resolvê-los, mas aguardo ansioso a critica, especialmente a do publico especializado, pois somente com a critica poderei melhorar meus argumentos a favor do que acredito. Gosto de chamar o que aqui exponho de teoria da realidade alternativa, quem sabe consigo fazer com que surja o felipismo ou o gumismo, talvez leopoldismo... Não, não, isso foi apenas o sonho, apenas o sonho.

Índice Sistemático

1. Reconceituando realidade

2. o problema do senso comum

3. as encatenações de realidade

4. o senso comum como forma de dominação social

5. a libertação da mente dum senso comum restrito para um senso amplo.




1. Reconceituando realidade.

.Toda realidade é subjetiva.

. A realidade é formada pelas impressões sensíveis que cada um adquire durante o trajeto de sua vida. Em palavras simples, todo conhecimento provém da apreensão da realidade que fazemos através dos sentidos, e com as construções mentais que fazemos a partir de nossas impressões.

. A mente, que é a captante da realidade, é constituída por certas estruturas capazes de trabalhar a realidade de tal forma que está fique acessível à própria mente.

. Entretanto, se a realidade é subjetiva, o que a mente capta?

.Um das poucas coisas que escapam disto são nossos instintos, entretanto saber exatamente até onde vão os sentidos ainda é incógnita para mim e para a ciência. Considero, entretanto, que o principal sentido é: sobreviver, reproduzir e criar a prole. Entretanto para os instintos se colocarem em prática muitas vezes eles devem passar pelo grande e poderoso filtro do racional, tornando-se ações racionalizadas. Entretanto, continuamos com o conhecimento humano sendo dividido em: experiência sensível, construção mental e instinto. Entretanto o conhecimento sensível, juntamente com o instinto, formam a base da pirâmide, sendo o inicio de todo e qualquer conhecimento.

. Dessa forma tudo o que sabemos é, em ultima análise, por que já experimentamos o referido.

. Meu problema imediato é: o que é realidade?

. Meu conceito de realidade é: conjunto de tudo que existe dentro das diversas combinações de experiências, normalmente associadas num ente (humanizado no eu) e armazenadas na memória, no caso animal, pelo menos até o exato momento comprovado.

. Meu conceito de existir é: ser consciente da própria capacidade de saber que algo existe ou algo saber da sua existência, e ser armazenado de forma satisfatória na memória do algo que o percebeu ou armazenar de forma satisfatória o objeto percebido.

. Saber é: ter conhecimento de algo.

. Conhecimento: conjunto de experiências ou experiências isoladas armazenadas na mente, sob forma de memória.

.Ou conhecer pode ser concebido como perceber a manifestação de algo.

.Até agora temos que toda realidade é subjetiva, pois é formada a partir do conhecimento pessoal acumulado através de experiências sensíveis e construções mentais feitas a partir dessas experiências, senso que estas experiências, e estas construções são feitas pelo sujeito.

. Disto sabe-se que cada algo capaz de perceber existência ou de ser percebido tem sua própria realidade. Um problema seria justamente saber até que ponto a realidade é subjetiva a cada ser. O ser humano tem uma própria realidade subjetiva, que é humana na medida em que apenas um ser sócio-histórico-cultural humano a pode ter.

(½. O problema seria justamente diferenciar o humano do ser humano. Nem todos os homens são humanos. Ser Humano significa adquirir cultura humana, o que compreendo como humanidade. A cultura nos torna humanos, e não o simples fato de ser da espécie Homo sapiens. Humanidade é cultura humana. E a antropologia e a etnologia nos mostram como as culturas sempre tem algo em comum.

.Entretanto relembro que essa existência desse percebedor-percebido é também subjetiva.

.Dessa forma pode-se chegar à conclusão que tudo que ultrapassa uma realidade é imposto ou falso ou mentiroso. Entretanto não se deve esquecer que as pessoas podem ter experiências muito parecidas, resultando em conclusões parecidas também.

.Entretanto nenhuma realidade é igual à outra, pois não existe modo de duas vidas serem absolutamente iguais, em nenhuma possibilidade que caiba em minha realidade.

.O até agora visto diz isto: a partir do momento que algo é imaginado, esse objeto foi experimentado, passando a existir. Através desse pensamento percebemos que cada criatura, cada objeto e que cada ser até hoje percebido existe ou existiu dentro da realidade daqueles que o sentiram e o armazenaram na memória de forma satisfatória e duradoura.

.Mundo em minha concepção: conjunto de diversas realidades existentes.

. Entretanto o acima parece afirmar que existe uma mente maior onde todas as realidades existentes são sentidas e, portanto, existem. Berkeley chegou neste ponto, e a partir deste conclui que deus existe e é a mente que percebe tudo no universo.

.Proponho outra coisa: em vez de haver uma mente maior que percebe tudo, acredito que a partir do momento que todas as criaturas, seres, fenômenos e objetos do universo são formados, em ultima analise pela mesma substancia, ainda não decifrada pelo pensamento humano, e há segundo a química uma quantidade sempre igual de matéria existente no universo, as próprias moléculas são capazes de se perceber mutuamente.


2. O problema do senso comum


. Além do que existe uma força que une todas as realidades, perpassando o conhecimento subjetivo, isto chama-se senso comum, e é puramente cultural, sendo que um todo senso comum, é dividido geralmente em sensos diversos e culturalmente explicado diferentemente de acordo com diversos modelos sociais, econômicos, político.

. . Existe o problema das coisas que perpassam uma realidade  e atingem diversas, como por exemplo às leis naturais da física, átomos, e a maior parte dos objetos de estudo das ciências exatas e humanas. O que faz com que algo seja muiltidiverso, no sentido de ultrapassar uma realidade e atingir várias, é um dispositivo muito importante, embora maligno: o senso comum.

. O senso comum é: concepções parecidas sobre uma realidade  especifica, sobre áreas especificas, ou sobre temas específicos.

.Penso que o senso comum da realidade, ou seja, do conjunto das coisas que existe, é cultural, e ensinado, algo como uma tradição, que as gerações reproduzem.

. Quando falo de realidade ensinada, não me refiro somente as estruturas humanas, como uma estrutura social, mas sim a outros tipos de estruturas mais profundas, como estruturas temporais, espaciais, físicas, biológicas, químicas, etc..

. Por exemplo, tem-se o senso comum de que as folhas duma mangueira são verdes, que a água é insípida, e diversos outros acordos impostos. Quem foge desse padrão é reclassificado de diversas formas, dependo do espaço nessa grade do senso comum que ele fez. Pode ser louco, gênio, subversivo, veado, revolucionário, esquisito, e toda uma sorte de apelidos nada agradáveis, que no fundo dizem: diferente.

. A sociedade tal como está hoje não pode suportar a diversidade que acredito ser a realidade. E a sociedade tal como é hoje tem pensamento excludentes, contraditórios e, no final das contas, maléfico. Nietzsche errou ao constatar que deus está morto, pois ele vive e vive mais do que nunca na moral discriminatória que assola nosso país, nossas leis e boa parte de nossa cultura.

.Qualquer coisa que se pretenda ultrapassar de forma opressiva mais de uma realidade eu condeno. É sectarizante, impede as pessoas de pensar e tenta arrombar uma retina.

(½. Este texto entretanto não pretende ultrapassar mais de uma realidade? É então opressivo? Duma certa forma é opressivo, pois pretendo que meu texto seja absorvido. Entretanto a grande questão é que o texto não se opõe

3. As realidades não são planos flutuando no espaço.

4. O senso comum como forma de dominação social

5. A libertação da mente, de uma sserção retrita
 

Mudar o mundo - Será possível uma sociedade mais justa?


Este texto foi escrito para o jornal da escola, na época que fazíamos um worshop em jornalismo com uma estudante da cidade, cujo nome me escapa. Há muitos equívocos, mas mantenho texto inalterado para dar mostras de minha evolução intelectual. O ano é 2004.

Mudar o mundo
 Será possível uma sociedade mais justa?
                                                                                   Felipe Luiz 3°C

Os filósofos sempre mudaram a sociedade como um todo. As bases das Ciências atuais provêem das anotações e dos livros de filósofos gregos, romanos e árabes. A Medicina teve suas bases nos estudos de Hipócrates, filósofo que até hoje influência a humanidade com os princípios da ética médica. Erastóstenes calculou o diâmetro da Terra há milênios atrás. Aristarco de Samos e Tales de Mileto fizeram estudos preciosos sobre a Terra e sua localização no Universo. Aristóteles lançou as bases da Física atual. E esses todos por sua vez se inspiraram nos estudos filosóficos de Sócrates. Dos filósofos também vieram às primeiras noções de igualdade social. A semente plantada por Karl Marx, Frederich Engels, Henry Toreau, Mikhail Bakunin, Leon Tolstoi e pelos Iluministas Voltaire, Montesquieu, Descartes e Diderot permearam as bases éticas da sociedade, que, desde então, há quase quatro séculos, vem lutando por igualdade social. Mas, por que uma essa batalha contra a pobreza nunca foi vencida? A resposta é muito simples: Por que o povo não quer! Toreau nos dá essa idéia em seu livro Desobediência Civil, sintetizada na seguinte frase: “(...) e quando os homens o merecerem, o terão”. O que Toreau quer dizer, na verdade, é que o povo não luta pelo direito dele, a menos que isto lhe traga algum beneficio, abstendo-se ou nem sequer se envolvendo em lutas sociais e políticas, deixando que o próximo faça sua parte. Este fenômeno grave ocorre graças à perda do sentindo de coletividade, que nos deixou na pré-história. Hoje, o capital selvagem, com seus truques ardilosos, nos parece melhor, pois somos educados para olhar apenas para nosso umbigo, deixando que o outro se vire sozinho. Se o povo, enquanto massa, cobrasse seus direitos de forma maciça, subverteria o Estado, mudando as prioridades em direção as reais realidades populares. Já que o Estado é formado pelo consenso e pela vontade popular, como pode o povo ser oprimido e ignorado pelo Estado? Talvez o mundo não seja mais igualitário por que o povo o quer diferente, e enquanto isso persistir seremos boi-de-piranha da Elite que não larga o osso, e não largará enquanto a maior parte da população pobre e niilista não lutar pela alforria social.