sexta-feira, 31 de maio de 2019

Tratado do raciocínio e do trabalho - rascunho


Texto de 2004-2005

Tratado do raciocínio e  do trabalho  - rascunho


1. Entendo por inteligência a capacidade de raciocinar, ou seja, desenvolver soluções para os problemas que o meio em que se vive erige. Já por instinto compreendo como solução mecânica para os problemas lhe são apresentados diariamente. O primeiro é a solução humana mais comum para os problemas, na qual o ser faz um levantamento do momento, reflete, faz-se à dialética da situação e, através destas colocações, faz-se uma síntese da maneira mais apropriada que se encontrou para o estimulo recebido.
              Pelo contrário, o pensamento concreto, instintivo, bloqueia ou inibe, ou mesmo faz inexistir o pensamento lógico. Nele, o individuo não pensa, filosofa, apenas age. Ou seja, não há uma explicação racional para se fazer o ato, há apenas a ação. O pensamento instintivo está presente em todos os seres vivos, que buscam através do instinto a sobrevivência, a perpetuação e a morte. Até mesmo em seres humanos, ditos racionais, há este pensamento instintivo. Basta ver que em pessoas baleadas os braços e as mãos sempre se interpõem entre o atirador e a vítima, numa forma primitiva de se defender. Essa ação, que não pode ser explicada pela lógica, afinal a pessoa sabe que não conseguirá parar a bala com suas mãos nuas, é condicionada puramente pelo instinto.

2. Uma das condições que propiciaram ao ser humano desenvolver o pensamento abstrato, racional, e a partir deste se autoproduzir, foi a criação de linguagens completas. Inicialmente estas eram nada mais que sinais ou pinturas, signos primitivos, que, com o avanço das relações sociais e da organização social humana, evoluiu de tal forma até chegar no patamar em que se encontra hoje, no qual as tradições e sabedorias humanas conquistadas pelos séculos estão registradas na linguagem escrita. A linguagem escrita possibilita o incremento da linguagem falada e vice-versa. Assim sendo, o primeiro homem que aprendeu que o fogo ao tocar a pele queimava e documentou isso, tanto em linguagem escrita como em linguagem oral, possibilitou que, hoje, uma criança, que saiba de tal documentação, evite e ricocheteie qualquer tentativa de aproximá-la do fogo.

3. Quando uma aranha tece sua teia, com o objetivo de se alimentar, ela nada mais está fazendo que exercitando seu instinto. Tecer teia, para um aranha é tão simples quanto respirar para um humano. Ela não necessitou de sua inteligência para fazer a teia, apenas de seu instinto, ela simplesmente “sabia” como fazer. Já quando um chimpanzé pega um caixote e o utiliza como escada, como ferramenta, para alcançar seu alimento, este nada mais está fazendo que utilizando seu raciocínio lógico, até por que não faz parte do corpo de nenhum ser caixotes, o que ocorre com o órgão produtor de teias nas aranhas, pois este nasceu e morrerá com elas. No cérebro das aranhas já vem computado como usar, fazer e para que serve uma teia, não ocorrendo o meso com o chimpanzé, que, após algumas medições e garantias, enfim, após ser apresentado ao caixote, o utiliza como se o conhecesse desde o inicio de sua vida, como se fossem amigos de infância.

4. Marx apenas ressalta e exemplifica o já dito, pois a aranha e a abelha sabiam fazer a teia e a colméia desde nascença por ação de seu instinto, imputado em seus genes, o mesmo não acontecendo com os operários humanos que a partir de suas próprias experiências e aprendizados descobriram como se faz uma teia de algodão ou uma casa de madeira.

7. Nu é como o homem vem ao mundo, despido de roupas, idéias e preceitos. A termologia “natural” tem a função de reforçar o poder conotativo do nu.

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