Texto de 2004-2005
Tratado do raciocínio e do trabalho
- rascunho
1. Entendo por inteligência a
capacidade de raciocinar, ou seja, desenvolver soluções para os problemas que o
meio em que se vive erige. Já por instinto compreendo como solução mecânica
para os problemas lhe são apresentados diariamente. O primeiro é a solução
humana mais comum para os problemas, na qual o ser faz um levantamento do
momento, reflete, faz-se à dialética da situação e, através destas colocações,
faz-se uma síntese da maneira mais apropriada que se encontrou para o estimulo
recebido.
Pelo contrário, o pensamento concreto, instintivo,
bloqueia ou inibe, ou mesmo faz inexistir o pensamento lógico. Nele, o
individuo não pensa, filosofa, apenas age. Ou seja, não há uma explicação racional
para se fazer o ato, há apenas a ação. O pensamento instintivo está presente em
todos os seres vivos, que buscam através do instinto a sobrevivência, a
perpetuação e a morte. Até mesmo em seres humanos, ditos racionais, há este
pensamento instintivo. Basta ver que em pessoas baleadas os braços e as mãos
sempre se interpõem entre o atirador e a vítima, numa forma primitiva de se
defender. Essa ação, que não pode ser explicada pela lógica, afinal a pessoa
sabe que não conseguirá parar a bala com suas mãos nuas, é condicionada
puramente pelo instinto.
2. Uma das condições que
propiciaram ao ser humano desenvolver o pensamento abstrato, racional, e a
partir deste se autoproduzir, foi a criação de linguagens completas.
Inicialmente estas eram nada mais que sinais ou pinturas, signos primitivos,
que, com o avanço das relações sociais e da organização social humana, evoluiu
de tal forma até chegar no patamar em que se encontra hoje, no qual as
tradições e sabedorias humanas conquistadas pelos séculos estão registradas na
linguagem escrita. A linguagem escrita possibilita o incremento da linguagem
falada e vice-versa. Assim sendo, o primeiro homem que aprendeu que o fogo ao
tocar a pele queimava e documentou isso, tanto em linguagem escrita como em
linguagem oral, possibilitou que, hoje, uma criança, que saiba de tal
documentação, evite e ricocheteie qualquer tentativa de aproximá-la do fogo.
3. Quando uma aranha tece sua
teia, com o objetivo de se alimentar, ela nada mais está fazendo que
exercitando seu instinto. Tecer teia, para um aranha é tão simples quanto
respirar para um humano. Ela não necessitou de sua inteligência para fazer a
teia, apenas de seu instinto, ela simplesmente “sabia” como fazer. Já quando um
chimpanzé pega um caixote e o utiliza como escada, como ferramenta, para
alcançar seu alimento, este nada mais está fazendo que utilizando seu
raciocínio lógico, até por que não faz parte do corpo de nenhum ser caixotes, o
que ocorre com o órgão produtor de teias nas aranhas, pois este nasceu e morrerá
com elas. No cérebro das aranhas já vem computado como usar, fazer e para que
serve uma teia, não ocorrendo o meso com o chimpanzé, que, após algumas
medições e garantias, enfim, após ser apresentado ao caixote, o utiliza como se
o conhecesse desde o inicio de sua vida, como se fossem amigos de infância.
4. Marx apenas ressalta e
exemplifica o já dito, pois a aranha e a abelha sabiam fazer a teia e a colméia
desde nascença por ação de seu instinto, imputado em seus genes, o mesmo não
acontecendo com os operários humanos que a partir de suas próprias experiências
e aprendizados descobriram como se faz uma teia de algodão ou uma casa de
madeira.
7. Nu é como o homem vem ao
mundo, despido de roupas, idéias e preceitos. A termologia “natural” tem a
função de reforçar o poder conotativo do nu.
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