sexta-feira, 31 de maio de 2019

As Fases do Capitalismo e o Imperialismo

Texto de 2004.


As Fases do Capitalismo e o Imperialismo

              
               No decorrer da evolução do capitalismo, que se inicia com o progressivo fim dos feudos, por obra da burguesia comercial nascente, com o surgimento dos Estados nacionais, que teve inicio com Portugal, e a Época das grandes navegações, e toma conta do mundo definitivamente com os ideais iluministas e com a Revolução Francesa em 1789. O capitalismo é comumentemente divido em;



1 – Capitalismo Comercial ou Mercantil.
     É bom ressaltar que o feudalismo só tem fim graças à ação maléfica dos comerciantes. Após a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e com a invasão das cidades romanas pelos bárbaros, a maior parte da população fugiu para o campo em busca de uma vida melhor. Ms nos campos já havia os grandes proprietários de terra, que vendo o grande número de empregados que batiam a sua porta, aproveitava-se do desespero alheio e firmava com estes camponeses refugiados acordos de serventia. O dono da terra, chamado de senhor feudal ou suserano, cederia a terra para que os camponeses, chamados de servos, trabalhassem e fornecia também uma infame proteção contra os ataques bárbaros, que eram muito freqüentes devido à ausência de um exercito central forte para combatê-los, e em troca o servo pagaria alguns impostos, sendo também preso a terra. Com o tempo o senhor feudal, para se fortalecer politicamente e militarmente começou a ceder quintas de suas terras a pessoas de sua confiança, os chamados vassalos, sendo que este em troca devia ao suserano alguns impostos e ajuda militar em tempos de guerra. Surgiu assim a Alta nobreza, formada pelo Senhor Feudal, os Vassalos e os familiares e amigos preferidos destes. A Religião Católica Apostólica Romana teve papel fundamental no desenrolar dos fatos. Desde que Constantino, um dos últimos imperadores romanos, se convertera ao cristianismo a RCAR se tornara uma instituição muito forte, tanto que resistiu a queda do Império Romano com sua estrutura apenas abalada. Com a criação do Império Carolíngio e com a adoção por Carlos Magno da RCAR como religião oficial, os católicos se fortaleceram e passaram a exercer uma forte influência no governo, assumindo até mesmo algumas de suas funções. Através de sua doutrina de sofrimento e de suas verdades, a RCAR ajudou os Senhores Feudais a se manterem no poder por muito tempo. Cada Estado era formado então por um rei (suserano) e por seus nobres (vassalos), todos possuidores de seus feudos e de seus servos. Os feudos eram praticamente estados autônomos, comprando o necessário a seu funcionamento e vendendo o excedente. Este rústico comércio era feito por comerciantes ou por caravanas de comerciantes. Eles rodavam toda a Europa atrás de compradores de seus produtos, fazendo assim fortuna. O grande problema começou quando o comerciante, esta pequena burguesia, se deu conta que seu dinheiro na verdade era fracionado, visto que cada feudo tinha geralmente sua própria moeda. O comerciante, pensando sempre na sua usura começou então a patrocinar senhores feudais, para que estes invadissem e anexassem territórios de outro senhores feudais, surgindo assim estados nacionais fortes. O primeiro grande estado nacional foi Portugal, ainda no séc. XIV, com a subida ao poder da Dinastia de Avis, seguido por Espanha com a união dos reinos de Leão e Castela, Aragão, Granada e Navarra, também no séc XIV. Daí fica fácil entender por que esses países exerceram forte hegemonia na Europa até a Revolução Industrial em 1750.
     O Capitalismo comercial surge após a formação dos Estados Nacionais.. Nessa fase as principais características do capitalismo são:

·        Metalismo.
·        Balança Comercial Favorável.
·        Protecionismo.
·        Intervencionismo Estatal.

           Essas características, em especial o metalismo e a balança comercial favorável, foram os carros chefes das Grandes Navegações, sem contar o interesse pelo monopólio de especiarias da Índia, que na época estava concentrado nas mãos dos ricos comerciantes venezianos. Esta é também uma das poucas fases do capitalismo em que não há um grande teorista, com a exceção de Colbert, Ministro Francês das Finanças.

2 – Capitalismo Industrial.
     A segunda fase bem definida do capitalismo tem inicio com a Revolução Industrial, que teve inicio com especial força na Inglaterra a partir de 1750. Durante o Capitalismo Comercial, a Inglaterra investiu pesadamente no comércio e na sua frota naval, pois entendia que estes dois itens eram necessários para a construção de uma potência. Não obstante, a Inglaterra substitui seus investimentos em comércio pelos investimentos na indústria. Posteriormente, Portugal, principalmente em decorrência do Tratado dos Panos e Vinhos ou Tratado de Methuen, viu-se totalmente dependente da Inglaterra. Já os investimentos em sua marinha continuaram ativos, devido principalmente a Revolução Inglesa, durante a época da República de Cromwell, quando este decretou os Atos de Navegação (1651), que estabelecia que toda mercadoria destinada ao mercado inglês só poderia ser transportada em navio inglês. A soberania inglesa nos mares pode ser sentida até hoje, em especial durante o decorrer da SGM, quando a Grã Bretanha só não foi invadida pelo Terceiro Reich por que os anglo-saxões se mostraram superiores nas batalhas navais. Com os investimentos na indústria e o descobrimento de formas de energia alternativa, diferentes da humana, como carvão, vapor e eletricidade, surgiram a máquina de fiar e a locomotiva. Em pouco tempo via-se um operário, com uma fiandeira, fazer o trabalho que antes dez precisavam fazer juntos. A Revolução Industrial é dividida em duas fases bem demarcadas: Primeira Etapa (1750 - 1860), durante a qual a revolução se cerceava a Inglaterra e a Grã Bretanha. Já durante a segunda etapa (1860 – 1900) houve um gradual processo de popularização das novidades, chegando estas à França, Bélgica, Alemanha, Itália e Rússia (em especial São Petersburgo, Odessa, Kiev e Moscou), a maior parte financiada pelo capital inglês.
     Este período é marcado pelas grandes lutas dos sindicatos (trade unions), pela diminuição das jornadas extenuantes de trabalho, que chegavam a até 16 horas por dia, e que não diferenciava homem, mulher, criança. velho, doente e grávida, pelo aparecimento dos primeiros filósofos socialistas e da primeira experiência revolucionária da história: a Comuna de Paris.
     Com a acumulação de capitais provenientes do comercio, a burguesia começou a investir em fábricas e indústrias. Logo surge aí a burguesia industrial, uma poderosa camada de empresário com forte controle sobre o estado. A principio esta burguesia cede aos fortes movimentos que os fustigavam por todos os lados, como só ludistas e o movimento operário organizado, pois teme que se repita o acontecido na Comuna de Paris, diminuindo a jornada de trabalho, diferenciando os trabalhadores, etc..., mas posteriormente, com a adoção do capital financeiro, esta tomará estes direitos adquiridos um a um, somente para que o capitaliste aumente seus lucros sobre suor dos trabalhadores.
3 – Capitalismo Financeiro.
     Esta fase do capitalismo é marcado pela aparição da holding, empresa que controla outras empresa. Essa holding é geralmente um banco ou uma consultoria de um banco, que tem todos os poderes sobre uma empresa, como se fosse dono da empresa
4 – Imperialismo.


Um comentário:

  1. excelente resumo, Guma, parabéns!! Talvez fosse interessante você atualizar este texto inserindo mais determinações sobre o capitalismo financeiro e imperialismo. Muito bom!!

    ResponderExcluir