¶
a
vida das pessoas
projeto
poético:
prosa
e poesia.
guma
- l. tocrespil
-
franca
ribeirão
preto
marília
são
paulo
2006
2007
2008
“acho
que seria sensacional se todo mundo fosse idêntico. (...) quero que todo mundo
pense da mesma maneira. acho que todo mundo devia ser máquina”
(andy warhol)
“há
prisões que nem imaginamos:
para
alcançar a liberdade vale sempre
derrubar
muros, construir pontes”
(bertold brecht)
“aos
condenados, que são como os excrementos do universo”
(u. aldrovandi, monstrorum historia)
com
este encarte pode-se dizer que terminamos uma série poética. Uma antologia —
alegria plástica — e dois projetos — visões do mundo e, agora, a vida das
pessoas — destinados a falar sobre o que se chama, em filosofia heideggeriana,
de estar-aí, ou pré-sença. Isto é, sobre uma experiência de mundo, às vezes
pessoal e as vezes que se pretende universal e mesmo a visão do mundo sobre o
próprio. Caracterizações da vida em um momento de sociedade. Uma série, linear, não alheia ao mundo
cartesiano, onde começo meio e fim é regra. Desta forma os autores, com todo o
peso negativo deste conceito, se assumem enquanto portadores de uma expectativa
e de uma experiência de vida. Ao mesmo tempo em que entendem a singularidade de
suas vidas percebem sua inserção em previsões, estereótipos, arquétipos.
Puderam também reparar nos curtos braços de suas atuações — atores que são, em
nossa vida, pois autores. Enquanto as poesias da antologia foram desenvolvidas
sem intenções mais profundas e, posteriormente, ligadas por uma linha de
trabalho, visões de mundo já contava com todo um projeto discursivo maior, como
metáforas, como tentativa de crítica a uma imensa ordem das coisas. O mesmo
intento persiste neste trabalho (palavra-chave, password para ser globalizado)
que pretende novamente, inconscientemente, como que falar de grupos desprovidos
de várias coisas, muitas vezes mesmo de uma empolgante experiência de mundo,
pois desde sempre predestinados a. deve-se levar em conta que o principio que
aqui vigora não é o de representatividade, mas sim de um discurso frouxo que
pouco deve rodar, interditado no ninho, que nasce de uma nova vontade, à vontade
de falar e de poder ser ouvido, de iniciar e tentar manter um diálogo duro,
mesmo ferir com a pior das armas psíquicas, talvez, a palavra. A mesma idéia, a
do esteticapitalismo, a mesma ocultação das palavras nas formas, escondendo o
discurso para poder dar-lhe chance de uma efetiva atuação. Uma torpe mistura de
artes. literatura, plásticas, teatro. Uma visão estética talvez mais
aprofundada, que fortemente presente nas manifestações que aqui se contam. A
mesma economia de palavras. A mesma doença. Os mesmos presentes de sempre. Não
se deve esquecer que talvez o titulo seja um tanto incorreto; se se chamasse
havida das pessoas, no entanto, poderia ser mais adequado. Neste projeto não
figuram nomes de quem fez ou deixou de
fazer os textos e as poesias; e isto por questões de poética; vale lembrar:
nada é inocente, se figura ou deixa de figurar diz: o branco, o preto, cinza,
ausente ou presente, alto ou baixo; dos títulos, tão somente no fim figuram, na
mesma ordem em que no corpo aparecem, mas fora do texto, o que é importante e
que também diz. como já dito, esteticapitalismo. Novamente, sorte. alguma.
Qualquer.
Mais
informações sobre o esteticapitalismo.
Contato:
Luiz:
lltocrespil@yahoo.com.br
Guma:
gumapoldo51@yahoo.com.br
Luiz
e Guma pedem também que sejam enviados, após a leitura, impressões
sobre o encarte, para futuro aperfeiçoamento e reflexão, além do
estabelecimento de novos canais de comunicação.
*
dezoito anos,
esta é a idade correta. correta, é claro, para quem pode corrigir algo. e quem
o pode? faz faculdade, qualquer curso, não importa, mas vale é estar fora de
casa, da casa dos pais. fugir sempre, e sempre fugir é a norma. fugia de si
mesmo. sempre quis ser mendigo, para não ter raízes e poder continuar a fugir
sempre. fugir do próprio interior, era por isso que reclamava incessantemente
de tudo: criava desculpas para fugir. pensava em si mesmo como um filósofo,
isso lhe agradava, assim como gostava de pensar em si mesmo como um artista.
que escrevia razoável era verdade, e também razoavelmente desenhava. alias, em
tudo, era assim razoável, medíocre é o correto, pois é também ofensa, xingamento.
assim se via. medíocre, e isto o enfurecia. ser medíocre era seu temor, e
temia, muito. ver-se confundido com o resto da humanidade, com as outras
pessoas, prezava por sua subjetividade, e isto também lhe agradava.
embora quisesse
não podia fazer nada para mudar, pois ia bem. tinha uma grande inteligência, e
isto lhe bastava. conseguia mostrar a todos que não era medíocre, embora fosse
muito, e contra isso ainda não havia remédio. tinha uma grande sensibilidade
para a língua, e isto impressionava, mas ainda assim não servia para ele deixar
de ser medíocre.
acordou tarde, e
como fazia calor. o acima fora uma revelação da noite anterior. não havia
ninguém em casa e já eram quatro horas da tarde, que calor, pensou. foi ao
banheiro se olhar diante do espelho
havia uma rachadura no espelho, que ele mesmo
fizera. havia acendido um isqueiro e, colocando-o na superfície refletora,
esperou até o espelho rachar, queria era ver o que acontecia. era algo pequeno,
não maior que um dedo do pé. ela o achou bonita, expressiva. os dois
— que trágico, ele disse
e voltou a dormir.
havia
se.
a
se
havia.
*
uma
sociedade de botões,
onde
o que
se
quiser,
basta apertar um botão
para
que o desejo vire
ah,
os pés, os pés: sempre os pés.
*
tijolo
por tijolo, me descobri construção, uma construção, simples junção de fatos,
acontecimentos sem nenhuma razão, sem lógica alguma. eu sou. e o cimento desse
banimento todo aí. ligação entre essa filigrana unida que sustenta a parede.
há? nenhuma. como uma muralha medieval, sem cimento. escrevo, ditado, o corpo
sem cimento tem espasmos, um vento só, e cai. qualquer vento. ossos de puro
cálcio, e resto de puro isopor, minha carne, minha carne é e fantasma, órgão de
fantasma, mais arte do que eu entendo, como a mim próprio. estica e diminui,
ameba, chiclete, depende da mascada, estica e diminui. maldita esperança masca,
e todo resto, desmasca.
(algum tempo)
tijolo
por tijolo, nos descobrimos construção, uma construção, todas construções,
simples junção de fatos, acontecimentos sem nenhuma razão, sem lógica alguma.
em aparência. nós somos. e o cimento desse banimento todo aí. ligação entre
essa filigrana unida que sustenta a parede. há? nenhuma. como uma muralha
medieval, sem cimento. escrevemos, ditado, os corpos sem cimento têm espasmos,
um vento só, e cai. qualquer vento. ossos de puro cálcio, e resto de puro
isopor, nossa carne, nossa carne é e fantasma, órgão de fantasma, mais arte do
que entendemos, como a nós próprios. estica e diminui, ameba, chiclete, depende
da mascada, estica e diminui. malditos nós, maldita esperança masca, e todo
resto, desmasca.
*
a
beira do lago todos caminhavam. seu tamanho — do passo e do lago — variavam. as
águas espumantes de poluição, o liquido turbado onde milhares de peixes
boiavam. o profundissímo corpo de água de onde se podia olhar a escuridão. com
lanternas, sem sol, com olhos. dizia-se que, em seu fundo, residia um monstro. vez ou outra abocanhava
algum incauto, mesmo que cuidadoso, pois ao caminhar correr pular sempre nos
acautelamos, e, sem ocasião, a distração. essas perdas de foco, o olhar
embaçado, para perder de vista justamente o grande cruel, geométrico lago. o
espelho d’água que antes, há milhares de zilhões de anos, claro, agora
petrolizado. estático e química. lugar (esta não é a palavra certa) desvairado, conflitante com suas margens
concretas de concreto. as primeiras perdiam-se, pois somente esboçadas. o
espaço nosso que alguns sor—(tu)—(d)—(i)—(dos), sim, sórtudidos fincaram a lança,
o verbo e o grande livro. envoltos em mantas de outros suores que não seus,
carregados por todos que caminham. muito altos, o resto que anda e anda, se
sacode se arrasta, se ar, carrega-os. maior passo, maior massa. euxtâse.
*
toda
a vida
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia
dia
dia dia dia dia dia dia dia dia (dia) dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia
dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia dia =
ano.
hádia.
*
a mudez de átomos
que
me faz cego
pois não é terno seu
abraço
mas terno seu enlace.
*
até
que um dia perceberam que a cada estalar de segundo o mundo perdia seu calor. o
concreto era cada dia mais frio, os azulejos neve cristalizada, as arvores se
resumiam a pinheiros, os animais cada vez mais gordos — a gordura jorrava em
poços —, — e — por fim o povo, as pessoas cada vez mais cabeludas, bestiais,
pálidas. o sangue, tanta menta e corante, nem vermelho mais era, e sim verde.
todos saiam cada vez mais protegidos, as casas e os trabalhos também o eram.
as leis inchavam.
o mundo saia ao controle, a natureza se
rebelava.
foi
resolvido que esse processo deveria parar. alguns tentaram acender mais
fogueiras; outros tinham overdose de pimenta; outros eram ursos redondinhos de
tanto agasalho — ovelhas foram todas tosquiadas. é claro, tudo tolo e em vão.
mas,
brilhou o gênio governamental, sempre ele, o dono. comandante se pronunciou,
disse as mudanças que faria, com organogramas, planilhas, projetos,
constituições, .
“eu
como comandante
digo,
de
hoje em diante
abrigo
será
construído
infiro
será
mais forte
afirmo
que o
mundo será quente
proclamo
que a
população seja protegida
insto
uma
vez que se quer a carne aquecida
soluciono
dizendo
que a estufa será erguida.”.
começaram
a construir a estufa em torno da cidade. pois se queria, queria-o, a sociedade
mais quente. come-se menos, trabalha-se mais, a cerveja desce melhor e o sono é
impedido — não há tanto desperdício de minutos.
a
cela se configurava. quadrada, fechada, suavam os corpos ali. o grande e
aquecedor cárcere, grades se amontoavam.
a
invisível, grande parte, invisível. ou dispersa. todas as casas têm portas,
todas as portas têm chaves tem chaves, às vezes até as portinholas as têm. e
tudo exerce a função de cadeado — mesmo o texto, que tentando fugir, se regra:
a palavra.
ativa.
arde a vista e o cérebro, digo a mim, conquanto que se saiba, o que mais pode
dar a doer, e de óbvito é mais tudo. a mesma aqui sem partes. o óbvio dói, o
óbito fazem com que doa e a dor faz em mim o prenúncio.
se há
cela, que se saiba, há todo o regramento. não se toca nos maiores de todo.
bastam-nos os grandes. e tão tão pior os menores, que do acender a/o apagar (o
sono) (a vida toda) cercam-nos — analogia metafórica. metonímia, a parte pelo
todo, ou o efeito pela causa?
de
certo, isto, sim. ao contrário. e que não?
com a
estufa todos logo ficaram menos descontentes. o trabalho era árduo e enganador.
trabalhe trabalhe, toda vida trabalhe, depois aposente. trabalhe para enriquecer.
quer-se como eu? trabalhe. e a noite descanse, pois há nenhum trabalho. é a
hora de não-pensar por excelência. podem ver aquele rebelde. vamos mostrar-lhe
que se deve trabalhar e ter respeito pelas instituições, se deve amar a pátria
e o cônjuge e os filhos, que se deve dever. temos direitos com os deveres
carregados. se se pode ter saúde gratuita, também se deve trabalhar a vida
toda. se nossos filhos podem ir a escola, também temos que sustentá-los, ouvir
bem. temos liberdade. posso ir e vir, seguindo tabelas e horários. mas isto era
esquecido, porque o diziam intrínseco. o mundo era confortável e aquecido,
fazendo com que o coração pulasse manso e gostoso. e nunca era quente demais,
pois havia sempre o que pudesse dar uma esfriadinha: ventiladores, bebidas,
drinques, gelo mesmo.
em
pouco tempo o piche do asfalto era mole. mole; e as casas não podiam mais ser
de tijolos....o bafo quente do mundo as deixava muito instáveis, e por nada
caiam, à toa....os especialistas diziam que era por falta de material
melhor....então desenvolveram outros tijolos, que não fossem de barro, que não
fossem de terra....totalmente artificial, totalmente de laboratório, totalmente
homem.
a
estufa era prodígio de engenharia. toda em vidro brilhante importado. toda em
liga de aço mais resistente. inteira pública, com licitação. as flores logo se
aproveitaram da estufa. e os jardins cresciam e cresciam. os outros animais em
zoológicos também eram mais risonhos. exultantes, as crianças ficavam ao
vê-los. a própria maravilha. para alguns animais. outros, acostumados com o
frio, rareavam, se escondiam onde era possível se esconder.
mas
por baixo, o que se escondia. o que todos não viam. porque quem podia, tomava
chá gelado e vinhos de primeira, gelados. quem podia, contratava quem os
abanasse. quem podia? ar-condicionados venderam como nunca.
mas
em outros cantos — os de baixo — o calor não veio calhar. calor dá vontade de
beber. e mais bebida, mais cigarro e mais jogo. e menos casas, até por serem de
barro, sujeitas a desmoronamentos.
aconteceram
protestos. a estufa não havia sido boa idéia. as coisas entravam em combustão
por quase nada. não...devia ela desaparecer. o asfalto grudava nos sapatos...os
animais tropicais estavam se reproduzindo... leões em ruas, elefantes, símios,
serpentes....e quando chovia, a água varria as casas com lama e dejetos....
as
pessoas eram magras demais agora, imberbes, todas morenas, todos os cabelos
pretos, queimados. não era este mundo que queríamos. outro.
então,
brilhou o gênio governamental, sempre ele, o dono. comandante se pronunciou,
disse as mudanças que faria, com organogramas, planilhas, projetos,
constituições, .
o
futuro: o antigo comandante foi preso. acusado de tramar contra a humanidade.
o
novo pronunciou:
“eu
como comandante
digo,
de
hoje em diante
abrigo
será
construído
infiro
será
mais forte
afirmo
que o
mundo será frio
proclamo
que a
população seja protegida
insto
uma
vez que se quer a carne frígida
soluciono
dizendo
que a redoma será erguida. ”.
(o
diabo mora nos detalhes)
*
atarda
estou
pois sempre atrasado
perco as horas
mesmo as do atraso
a mim é sempre tarde
nunca
vi
nenhuma manhã
e céus azuis com
pássaros cantando e brisas frescas de liberdade galos e relógios despertando
cafeteiras quentes e pães torrados sendo comidos
acordo depois
dou-me me mim na
posteridade
quando há máquinas
quando não vê pessoas,
que vê
quando não tem sono, mas
periga ele chegar a qualquer
hora
acordo depois
com o crepúsculo saindo
o sol cego crepitando
queimand o as nuvens,
o s dias
o mundo queimado
metade por
vez
acordo sem esperanças de
vê-la
manhã — o sol nascendo
o novo
brilho
luz — o
que permite que
veja-jamos
sim manhã
a-manhã promessa
não se deve tardar
pois não tarda o fogo a
apagar
devo algo novo buscar
inventividade
tecnocratas, burocratas
devo é dinheiro
pois aguardo, que é o
que faz o banqueiro
farei
e
além
de
espero a hora correndo
pois a hora não
me espera
ela...................................................
corre!
capitalista.
*
devo = sou
deves = és
deve = é
de (us (. . (exato)))
vemos / nós
devamos = vós
sugam-nos = eles
*
iluminação
da insônia
você
pensa que pensa
o
que pensa?
você pensa no pançudo você pensa na polícia
no passado pensa na patrícia
no pensado na pistola
no
postulado
na pistola
no
principio nas prioridades
no pranto
do
na posterioridade pobre que poda na particularidade
e que não
pode ? na pansexualidade
você
pensa?
pensa nos podres na
propriedade
nos
porres você pensa
nos
porquês
na propriedade
nos por
quês
nos
postes
você,
nos
potes alto,
nos panos pensa na propriedade?
nos pólos
nos povos você pensa na propriedade
nos
punks? privada, propriedade
privada.
você
po
(´)
(de)
pender
(a) (d)
o (u)
pensar
*
ousejá
o u s e j a aja
ou ouse já
jente seja
já ouse
ou aja
fuja da ordem não sendo nem agindo como querem que
aja. não ignore: destrua.
(o) (u) (s) (e) (j) (a) (´)
*
entre linh
amarrem meus braços
ferro em minhas pernas
algemas em meus olhos
tesoura em minha mente
quero tossir até me
esgotar
arrancar meu
conhecimento
torturar meus
sentimentos
sentir-me melhor, ter
alguma, utilidade, alguma
sair da fábrica: filhos,
mulheres, casa
[a [escola.
e me tornar .
*
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||||||||||
a vida||||||||| e |||||||||||| seus compartimentos, a cada nova divisória, uma
nova||||||| |||lição: o silêncio: o medo: a força||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||pânico
de poder ser agredido a|||| ||||||todo e qualquer
instante||||||||||||||||||||||||||||||||||||sim, o pânico que acompanha, o
terror que|||||||| |||||presente, a violência, a bestialidade: regra, força de
lei||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
o antro, a etiqueta, o rótulo, o princípio, (há) (a) autoridade; sim, a que,
|||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||automática, a que não
permite, a que oprime, que comprime, que||||||||||||||||
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||pressionando,
arranca||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||punindo,
cala||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||impôs|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||itora||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||tora|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||=|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||nova
(velha) sociedade
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||sim,
no(v)(ss)a velha sociedade: a que não nos pertence ou
ajuda|||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||aquilo
que lhe força a sê-lo||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| a expressão da
violência contra a vida||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
||||||||||||que
sela, a que obriga a configuração da existência de uma forma díspare
da|||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||desejada, a que
obriga o fingimento: toda||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||o
mundo que estúpido, empurra a estupidez, o que só pode e só faz calar; a vida
que se deixa oprimir, que se agüenta ser estuprada para poder ter a si mesma
reproduzida.|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||a
pura e simples crença que ridicularizada
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
a televisão: centro da vida social |||||||||||||||||||||||||
|||||||||||||||computador:
a sede da imbecilidade programada |||||||cozinha: o símbolo do machis||||
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||mo||||||
||||||||||||||||||||||||||||||||||||
a cada passo a confirmação da estupidez ||||||||||||||||||| cada centavo a
repro|||
|||||||||||||dução
indiscutível do odiado||||||||||||||| cada voto, a manutenção do que somente
pode ||
|causar
o asco ||||||||||||||||||||||||||||||| sim, o geral, o
enfim||||||||||||||||||||||||||||||||||| ao resto, resta|||||||||||||||||
|||||||||||||||||||||||||
o código genético: código de barras|||||||||||||||||||||||||||||||||||||| o
cúmulo do controle?||
||||||||||||||diga
seus cadastros, seus números pessoais, sua marca a fogo; após, ser-lhe-á
dito||||||
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
||||||||||||||||||||||||||ohhhh,
claro |||||||||||||||||||||||||livre e por si só?|||||||||||||||||||||||||||
sim, há: a coisa||||||||||||||
||||||||||||||||||||||||||||||||||||como
a vida, quer apenas se
perpetuar||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
*
familha
fome
os grupos, a matilha
a própria prisão
grades de ar . hisdórica
sólida
mente
o segundo
elo
sangue, de/cor
*
quando ela ri para mim
eu vejo a gema de um ovo
e quando ela ri para mim
quero arrancar-lhe a
cera
dos dentes
porque
ela não ri para mim
ela está nas praças e nas ruas
e
não pode rir
se o
ri, o faz de empacada
não há como rir
mas o sal
é caro.
economia
é tudo pouca economia
que
se quer para ela e
toda economia
é
hoje
hojeriza
é hoje
*
cólica
bucólica
o campo não é nosso
mas é nosso
assalto às máquinas
em ataque frontal
máquinas
as engrenagens bem
engraxadas
*
começo de ano
o carnaval
que marauilha!
disse “marauilha”? perdão
quis mar sem ilha
devemos somar
as ilhas
errei,
de novo.
façamos, sem mar sem
ilha
e viva o brasil
da
nossa carne
*
à mesa de hoje
alimentar-se
as alimenta
ações
nu t
rir
ou ter o que sustente man ter cheio o vazio eterno
encher o copo corpóreo
pl-eno
encher a mente pensante
*
e via os dias se
desfazendo
não deve haver sentido
e as horas solidárias
umas com as outras
sim
olhar a cada pisco, sentia novamente se entrelaçam
novo piso
mudam
com o contar
recomeço, as coisas início que nunca finda
*
temos que sussurrar
hei! psiu! fala baixo,
todos escutam?
ignoram, mas
ainda escutam.
as coisas com-
olhares,
estranho,
olhar estranho
tudo nos escuta
fala baixo, imploro!
o silêncio nos favorece?
sim! sim? sim! sim!
o barulho da explosão
será maior.
*
sempre
ando a pedir, sempre
sempre ando
sempre sempre
a
perguntar sempre sempre sempre
sempre o que lta? sempre
que desde antes de mim,
sempre, sequer tentar, sempre
sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
anunciava
sempre
sempre (com letras fortes de sangue dos
outros) sempre
:
tudo pode mudar.
sempre
sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
podemos ser diferentes sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
mas não somos : sempres sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre simples sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sem pré sem-pré sempre sempre sem pé
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
não nos deixam sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre
sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre sempre. nunca.
*
por que o 190
não
atende?
h-ouve ao menos?
você ouve
meu soluço, ouça.
não se prive dos
sentidos.
privado,
não.
medo, todos temos
o horror é comum, mas
existem analistas.
*
o pranto, descanso da morte
a verve de querer corpo-mente
imagine
mos
tre
m
encante
a escada que acessa meu quarto
-
o pensamento-
o meu, deturpado
o
melhor, nós
mas impressiona
afirmo
juntos, belos,
revoltados contra a vida, buscando outra que seja
—
é só isso?
*
a grande utopia
há nos cérebros ranho nossa
vida é de baço-estanho
vejo e digo o domo ensaio o sono
engulo, forço o pomo desmaio: não sei como
imagino o quebrar do
trono acorde quem se pensa dono
que não sobre nem o momo pois disto eu não mais corro
eu, mais um, pobre, povo que a nossa vida deixe de ser ovo
as gentes, corpo de
tronco livremo-nos de todo estorvo
cacemos e empalhemos o
corvo rebentemos
com quem se diz nosso noivo
paremos de dar a ele
nosso louvo quebremos nosso cadeado
que não esteja mais
caído que
corra o mundo meu trovo
que eu não mais seja
puído nos amanhãs que venha o novo
o cônjuge reclama: ronco sim, de manhã o esporro
aqui morre o plano:
o medo
a globo
o torno
o nomo
o esmurro
o discurso
que saiba o meu gerido saiba deste mundo todo o perigo
meu filho querido conheça tanto o rosnar quanto o
latido
não pense seu o umbigo entenda porque de haver o
enriquecido
é de outro, do
favorecido não
esqueça: o mundo é oprimido
como será o referido nosso discurso é mudo
ideal? bem definido antes, emudecido, à força, calado
o trabalho sem gemido, na natureza o amigo
outro: eu estendido o povo destemido
estado: ao máximo o
enxerido capitalismo: desconhecido
o sonho
?
*
o
fundamental das cidades, a pedra. o manganês
das grandes máquinas. somos simplesmente pessoas exauridas e gastas a tentar
se firmar no turbilhão. a velocidade da vida, rápi, entontece. dia a dia mais
rá, já.
todas
as partículas emitem o som que diz: tristeza. as letras articuladas, a voz da
matéria, pura síntese, a própria substância da melancolia.
e a
voz diz chore.
incandesça:
ria e grite para mim. faça-se saber que existe. e tente correr: tolice.
— deite-se; sua dor de cabeça deve
passar. cubra-se, e não se esqueça, jamais, eu sou seu amigo.
o que
ocorre quando o inimigo é sua mente? as paredes cercando, aproximando da
retina, de maneira a fazer o corpo acuar-se, e a mente a se revelar contra em
batalha antropofágica. o pensamento em luta contra. os olhos que não podem se
fechar — o incômodo é tanto. ruído de ossos se quebrando : o cérebro não tem
ossos. o mais puro e verdadeiro desespero. angústia. a morte parece boa saída.
as paredes se fecham, fecham, fêcham. objeto visão pensamento pessoa, que não
se desprende de nós; todo tempo toda hora todo dia toda vida todo instante,
todo tudo que gira., demente que muda a todo.
como
um livro que não está aberto; letras de idioma.
a
parede
sim posso * não
confundir
sei o
já: necessidade mais não há que creio mas
exis
te,
que ver fazendo se desespero próprio é isso
sobre o
*
Vida: esquemático
que há, do antro
do olho
escorre o cancro
um molho
além, o pranto
derrubo
e, logo, encolho.
*
você me avisou
não
só com a boca
não
só com a letra
com todo seu
corpo
me disse:
vá
meu pobre homem
chore e se atormente
vá
criança tola
role, grite muito,
não se contente
corra esperma em formação
batalhe, tente
óvulo
idiota
não percebe?
Não
vê?
Seus olhos são
ainda
tão mal feitos?
Não te canses,
não te alarmes
tuas
pobres palavras
ainda
serão cantadas.
*
hoje eu caminhava,
pensando que a vida é um sonho; convivia com a irrealidade que ela é.
eu vi um rio hoje; sobre
ele, construíam uma ponte ligando lado a lado; esse rio tinha margens calçadas,
para que caminhássemos.
eu caminhava de maneira
diametralmente oposta a um homem; entre nós, no meio de nosso caminho,
eqüidistante, ao longe, vimos um mendigo, em pé, com sacolas; estava ele exatamente
ao meio da calçada.
os carros passavam
rápidos..........................................................................o
rio corria veloz.
o homem; andava com um
feroz cachorro, que, após, tentou me morder; ao cruzar com o mendigo, passou
por seu lado; arriscou-se a se perder no rio.
eu; por minha vez,
passei por seu outro lado; podia certamente cair na rua.
o mendigo; não se mexeu
hoje caminha.
hoje eu li o aleph de
borges. achei ele mesmo um aleph. é.
tanto eu como o homem
como o mendigo; tentamos nos ambignorar. nós tentamos.
o homem; já deve tê-lo
esquecido
o mendigo; acostumou-se
a não existir.
quanto a mim; estou
certo de que é hoje.
nunca tive tanta
certeza.
entre os carros que nos
riscavam havia uma ambulância; gritei por ela; pude ouvir a emergência que
proferi, mas as sirenes, os carros e os ouvidos abafaram-me.
nunca tive tanta
certeza.
um aleph. um passo.
A vida das pessoas
muito longe
kilômetros
tantos
moram
uns
suj
eitos
que se dizem sabedores do que quero
que conhecem a deles-minha vontade
falam alto que farão o
melhor
para mim
para
todos
para
eles
pronunciam que vão administrar bem,
tudo
que são meus
representantes
minha voz
voz de todos,
unidade
do povo
a cada quatro anos
eles aparecem
me pedem confiança
a crença
e
o voto
pedem que eu
me curve
ao
que quer que seja
que decidirem
pedem que eu pague
para que man dem em mim
com o dinheiro que cobram
eles mantém escolas –
que capengas funcionam mal
universidades – onde não fui e onde meus filhos dificilmente estarão
prisões,
para me prender, meus filhos e amigos
asilos –
para me enfiar quando não lhes for eu mais útil
hospitais
– para que eu sempre e sempre possa trabalhar
pagam policiais
que me batem
quando eu digo não e me revolto
pagam a si mesmos
para mandar em mim
pedem,
fazem,
forçam
há bastante tempo: isso
desde que me lembro
se me recuso,
me surram
com
cacetetes
armas
homens
que eu ajudo a pagar
se eu não concordo com o que fazem
não tenho como agir
reclamar
falar
mudar
poruqe eles estão a kilômetros
: cercados
armados
fortificados
prontos
não os conheço,
não sei nada o que pensam
vi eles – por alguns segundos -
quatro
ou cinco vezes
.Pela televisão.
Eu não acho isso bom
ou
justo
ou
conforme
não é nem belo,
nem a mim interessante
ou
divertido
acho que neles mentem
a todos
acho que estão
mancomunados com os patrões
eles são os policiais:
chafurdam com estes
no
chiqueiro mantido pelos ricos
acredito que me dominam
submetem
os ladrões, eles me roubam
Erguer o punho,
dizer
não: me rebelar
porque não sou burro ou
submisso
e
isto que pensam de mim,
enganam-se
trabalho todos os dias.
trabalho desde que posso.
o patrão é rico porque
eu assim o fiz
ele me rouba. ele arranca de mim minhas forças.
a casa que moro,
eu pago
para morar
para uma
pessoas que possui oitecentas casas
meus amigos do memso
jeito sofrem
Todos nos calamos. sempre.
não mais.
pois,
sei o que quero
e o que me basta
sei que os empregados
podem
gerir
sem patrões, a
fábrica.
sei que a população
pode
manter
sem governantes,
a cidade.
sei que as pessoas
podem
saber
sem televisão, das coisas.
sei que o povo pode.
os pobres,
os empregados.
somente com suas mãos,
com
elas fazer
uni-las,
unir-se
outros e outras
lutar contra
só o resistir e o aflorar é que mudam a vida,
de fato
e para sempre.
fal o
iniciar,
o agir.
dizer conosco,
chamar
correr
até a vitória
esganar os ricos, com o
podre dinheiro deles.
está éa vitória.
é a
liberdade;
é a autonomia.
é a igualdade.
É: elas ou morte.
01/08, RP
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