segunda-feira, 3 de junho de 2019

Visões do Mundo (projeto poético) (2006)


1.                                                       

Visões do Mundo


Projeto Poético:

Poema

e

Prosa






Guma

e

Luiz

Lecram

Tocrespil




Ribeirão

Preto

2006










1.

Epígrafe

Dedicamos a alguns este livro, aos que, com certeza, sempre lembraremos, pois nos formaram, pois já me deram a mão, m

esmo quando me conheceram. Eis que dedicamos. É pouco, mas é. O que for mais, que perdoe, mas é. E, retiro a certeza, e deixo, em seu lugar, a promessa.


- Dedicamos a um só, Guilherme S. E.

- Dedicamos a uma dupla, Vinicius L. H. e Audrey T.

- Dedicamos a um trio, Marcela K. N. S., Iamara A. N. e Karine F. A.

- Dedicamos a uma multidão, quem já pisou no asfalto do campo e na terra da cidade







Citamos, não por isso, mas sim para dar a todos a medida exata de algo que isto destila. Citamos, para lembrar a todos que, afinal, há o que vale. Citamos porque, afinal, estamos em um determinado mundo. Citamos para poupar-nos de dizer: a responsabilidade compartilhada. Citamos, para homenagear estes, que também tanto ajudaram.


- Gostaria de me insinuar sub-repticiamente (...)
                                                                       (Michel Foucault)


- Não se prestará a analises estruturalistas
  Não entrará nas antologias oficiais
                    Obsceno
                                                                       (Ferreira Gullar)

- De repente, como se um destino médico me houvesse operado de uma cegueira antiga com grandes resultado súbitos, ergo a cabeça, da minha vida anônima, para o conhecimento claro de como existo.
                                                                       (Bernardo Soares)

- O uso da palavra no mercado do dia é inteiramente diferente. Espero não estar detendo o senhor.
                                                                       (James Joyce)
1.
Prefácio

Chama-se dúvida. Com toda certeza, tudo que carregue tal denominação já é digno de nota em qualquer lugar, em qualquer mente, em qualquer canto, chego a arriscar em qualquer cultura. Mesmo não valorizada.

Chama-se Visões do Mundo. Bom título, bom nome. Tratam todos de um tema recorrente: o mundo, o planeta em que se pensa, onde pensamos, nós, que vivemos. Seguindo uma determinada linha de trabalho, são descritas facetas do mundo, ou, como preferirem, qualidades, que talvez intrínsecas a, talvez apenas bem ou mal enraizadas. Os poemas são todos de Guma, e o projeto poético também, dois textos, de Luiz Tocrespil, e um feito em parceria. Felizmente, este projeto poético é integral: pudemos inserir três poesias em falta no projeto anteriormente publicado. Economia. Este pequeno espaço servirá para uma exposição do projeto, mas já o é, também, parte dele. E, importante, este prefácio não é interessantíssimo. Talvez, desvairado.

A grande noticia é que foram escritos. Não que isso os notabilize: tanto é escrito todo o dia, todos os dias. Entretanto, embora todo escrito revele uma visão de mundo, ou visão do mundo (?), nem todos trazem conscientemente esse valor. Neste espaço não, pois a questão do motivo pelo qual figuram nestas páginas é justamente essa plena consciência de falarem de mundo, de estarem em um mundo e de serem de um mundo. Incluídos no geral de uma cultura, pretendem ser fragmentos, talvez retratos, e, ao mesmo tempo, metalingüisticamente falarem dele, o mundo. Mas, será possível falar, sem excessos, de onde se está inscrito? Não ou sim, depende. Visões de (o) mundo. O que será que o próprio mundo pensa de quem o habita? Aliás, pode-o pensar? Pensemos nós. É a dúvida. É a Grande Vida. E (É) a interrogação.

A maior lição, à moda de Esopo,  deste projeto é justamente a interrogação. Ao fim, nada pode restar além da certeza de que sua superioridade sobre qualquer outra qualquer coisa que se erija pode ser dada como certa. Interrogar é fazer a pergunta. E, todos os escritos daqui, perguntam, (in) diretamente, ao mundo, algo. Nem todos terminam com interrogações, ou mesmo tem o discurso interrogativo objetivamente dado. Mas, certo tenham que todos são as expressões mais puras da dúvida: de mundo, de sociedade, de gente, de umbigos: dúvidas de todos? Que todos possam ler e responder. Mas todos não podem. Também o motivo dessa impossibilidade é de cada. O interlocutor da dúvida de mundo, é o leitor. Sabe já que tudo aqui é dúvida, e que o interrogado é o mundo, resta agora que queira e que possa usar este projeto como instrumento de questionamento. Que possa observar por estas metáforas e por estas objeções algo a. O objeto a.

Espera-se que fique clara a importância de muito: há valor em tudo. Podemos dizer que tudo é etiquetado. Também é bom que se saiba que isso aqui não pretende ser um novo marco poético: é apenas uma visão de mundo, como dito será e já foi, um projeto de crítica ao mundo. Esse desejo de falar sobre revela, claro, também, um desejo de entender, uma vontade de saber. Que se note ainda como esse projeto está sendo revelado: vendido em um encarte — pois é o que isto aqui é —,  por apenas duas pessoas, já um grupo, sem contar com auxílio de mais ninguém, além de quem os adquirem, sem redes de distribuição, sem contratos com editoras. Talvez a única maneira de ser ouvido hoje em dia. Enfim, o sonho foucaultiano, já epigrafado aqui, mais próximo de ser realizado. Embora, claro a nós está, inalcançável.  

Que também todos saibam a angústia de ter que fazer tudo neste espaço, com estas letras escolhidas. Muito melhor seria a página branca de Antunes. Entretanto, pensamos que o livro não é um corpo inerte que simplesmente pode ser utilizado pelas palavras como um meio. O livro é formado por páginas, as páginas — usualmente — por celulose: matéria vegetal, vida enfim. Como de vida, papel é cadáver, mas não deseja um enterro, ao contrário, quer ser visto, notado, e a palavra não é o único meio de fazê-lo notar, não, ao contrário, a palavra e o livro e as páginas, devem formar todo um corpo significante capaz de ser em si o próprio projeto. O livro deve também ser poesia, a página destilar a prosa. Em mente que há projeto poético, como neste caso, não se deve restringir às palavras, mas onde puder haver o mínimo espaço de comunicação, que haja lá, nos rincões, a troca, a mensagem, mesmo o grito que logo após emudeça. Cada menor local cheio ou vazio branco ou preto escrito ou não-escrito, que todos possam carregar em si a possibilidade de uma reflexão sobre o fio condutor do projeto, do livro, do poema. Isto é o que gostamos de chamar de “Aproveitamento Total” ou, como subterfúgio cômico, “Esteticapitalismo”. Queremos pensar também que a palavra não é o meio para a mensagem escritural do autor. Muito ao contrário, a escritura é, sim, o meio da palavra. Dela emergem, como uma teia, as mensagens; o autor apenas meio de fazê-las ouvir, as mensagens; e, destas, a palavra, o centro nelvrágico. O escritor deve dar a palavra não mais que seu nome e a coragem; coragem, pois em um tempo e em um espaço onde o melhor — o mais prudente, decerto — é o silêncio: o mundo faz calar. Sabemos isto na carne. Mas, valentia, como disse um dos epigrafados: heroísmo, beleza. Sim, o escritor deve ser valente, deve ter. Mas essa valentia, ao fim, não lhe servirá de muito: acabará ou esquecido ou institucionalizado: o que é o mesmo.

 Mas, devemos. Agora, os autores devem a todos que querem ler. Que quiseram ler. Devemos qualidade, mas isso, como todo o resto, depende da visão de mundo. No caminho aberto pelo já dito, isto aqui é um projeto de crítica, um projeto poético de crítica. Nenhuma palavra, nenhuma página, nenhum espaço é inocente: se constatado, revela um desejo, torna-o público. Tudo aqui também é símbolo, opera, ou pretende operar, no imaginário. E, assim, tudo aqui remete, de alguma forma, a uma estruturação poética: nada é vazio de significado.

Sorte a todos na ótica. Sem pretensões. Questões a todos.

Ribeirão Preto, julho de 2006
                                                                                                                                                                                       
GUMA E LUIZ LECRAM TOCRESPIL 


 1.

Dos Autores

Luiz Lecram Tocrespil nasceu em Ribeirão Preto em 1987. Homem, viveu toda sua vida nessa cidade, até sua aprovação no vestibular para o curso História na UNESP de Franca no ano de 2005. Começou a fumar na universidade, onde teve maior contato com a intelectualidade e com literatos iniciantes, como seu parceiro neste projeto poético, Guma. Aperfeiçoou sua prosa. Atualmente, poeta de rua, sobrevive pela vida escrevendo contos e poemas, e vendendo-os a preço módico em bares e a conhecidos.


Guma, nasceu em Ribeirão Preto em 1987. Homem, viveu toda sua vida nessa cidade, até sua aprovação no vestibular para o curso História na UNESP de Franca no ano de 2005. Começou a fumar na universidade, onde teve maior contato com a intelectualidade e com literatos iniciantes, como seu parceiro neste projeto poético, Luiz Lecram Tocrespil. Aperfeiçoou sua poética e sua prosa Expulso da universidade em seu primeiro ano por razões políticas, prepara-se para o vestibular para o curso de Filosofia. Também poeta de rua, como Luiz, vende seus poemas e contos a preço módico pelas noites das cidades.


Mais informações sobre o esteticapitalismo.

Contato:



Luiz e Guma pedem também que sejam enviados, após a leitura, impressões sobre o encarte, para futuro aperfeiçoamento e reflexão, além do estabelecimento de novos canais de comunicação.








O mundo esconde-se; não, ele não pode ser encontrado por nós. Ele também teme. Sabe bem que há perigo, que tudo ronda sua vida.1.
ele é cortado ao meio: seu eixo é...
                                                                                                                            O Mundo Sujo
Planeta Terra
O MUNDO: APRESENTAÇÃO

o mundo do sujo,                                              restos, restos de palawras
                                                           a                                                                     há o mundo
:ew       sujo
há o imundo                                         deterioração                 a imundice não é cartesiana
                                                           deterioraçãtuty            
Um grande latifúndio                                                           deterioraç
                        t                                  deteriora                go               espalhada
                                                           dete
                                                           de                    dispersa por todo o mundo.
                                                           d
A pobreza é mais que tudo                                                       porque tudo é de pouco
                                                           weqdeteriora-se a carne
                                   apodrece o planeta – cai               cai
                                                                            cabeça                    cgnbvn
gdf
sobe, sobe, sobe                       volta lá...........o imundo            viva e aqui, enfim, o branco, já que mais há
sobe, sobe,
sobe                                                   
                                                           onde sairá isso?            em lugar nenhum, porqugde não cabe nos jornais todos issoutyu aqui: o mundo não.....               

                                   k                                  como dizer que o mundo é grande?
só tenho a palavra curta para isso                                                         a limitada

a palavra                      nem nada                                 isso: mistura, ginga,

xcz\                                         síntese: utuy                
afinal, quandos mundos existem? quantos podem existi                        novo poema     uuytttttttttt         a          o                     


é impossível ler o mundo.

                                                                                                                                                                                                                                                                                          ©
5.                                                                   
Cidade


Cidade. Assim começa. Ruas, esquinas vielas: perigos. Não que, ao andar, na hora do almoço, Alguém entra em um restaurante. Imediatamente, olha para uma pessoa, vestida como Funcionário bom, puro sangue, Operário de família; acomodad em uma mesa pel Funcionári, vê esti se afastar enquanto chama.


                                                           - Garçoni, por favor o cardápio.


E Funcionári, vestidi de Garçoni, chama-li-ei A, sequer piscou seus olhos de faísca, pelo contrário, esperou um novo Cliente. Alguém começou a ficar alterado, melhor, levemente irritadiça, traço seu, não gostava de sofrer ignoração: tinha sempre que ter voz. Repete delicadamente, disfarçando-se, mordendo os dentes, muito ainda que em um leve, levíssimo, quase torta de microondas, grito.....talvez, gritinho. Olhando para A, reitera seu pedido.


                                                           - Garçone, O cardápio por favor.


Sossegade, contas pagas, salário em dia, enfim, estabelecide, A nem liga, faz até pouco caso, deixando as pálpebras a meio caminho do sono, a esperar pelo repouso tranqüilo. Já Alguém, panela de pressão, explodia. Aquelo ali ia ver uma coisa, nem que tenha de ir a policia. Dou queixa, armo barraco, vou à Vigilância falar que isso aqui é uma porquerada. Eles que aguardem: o que é deles, está guardado. Girando sua cabeça, Alguém percebeu que havia outr Operárie de renome, quase um Pobre entre os miseráveis, em pé, perto do caixa. Essa terceira pessoa, chamaremos, com a infelicidade do desanonimato, com pesar de acordar, de L. Imaginando se tratar de Gerente, Alguém foi atrás para se queixar dos maus modos daquelo Funcionári tonte ali. Ao chegar perto de Funcionari, Alguém logo lhe disse:


                                                           - Olha aqui Gerente, Funcionari, sei lá, aquelo Garçoni não me atendeu, estou sentade na mesa, e nada de atendimento. Que porcaria de lugar é esse que contrata gente grossa para lidar com os outros? Olha que eu quebro o pau aqui! Quero atendimento VIP agora!

                                                           - El não é Garçoni, é Atendente! Eu sou Garçon, e, queira me perdoar Freguêz, mas não fui requisitad em momento algum.


Alguém, surpreso diante daquilo, quis logo mudar a seu favor a situação.

                                                           -Ora, então tratem de informar quem é quem, j....
                                                                                                                                            
4.
                                                           - Perdoai novamente Cliente, mas temos crachás, com o cargo que exercemos.


Não se conformava, Alguém repetia para si em sua mente. Como não percebi? Como, como? Bom, no entanto, agora posso almoçar em paz, ao menos isso. Esse barulho de relógio. Alguém observou bem, já marcava onze horas. Perdera quase meia hora até encontrar o restaurante. Agora, só lhe restava uma hora de almoço. Como ainda tinha de ir a grande fila, quitar-se com o mundo, resolveu que seria melhor que tivesse mais pressa e menos compaixão. Dinheiro é tempo, e tempo é dinheiro. Isso sempre é dito. Esse será meu epitáfio, aliás. Muito bela. Amansando a voz, como se tivesse tomado sorvete, Alguém, pediu:


                                                           - Então Garçone, traga o cardápio.


Muito ignoradi, Alguém se revoltou. Pediu com tamanho silêncio, que não foi atendid . Ao perceber que L sequer piscava, veio à baforada de fogo.


                                                           - EU QUERO UMA PORCARIA DE CARDÁPIO.


L, assustada com o descontrole emocional, com essa facilidade de ter emoções, coisa besta, resolveu pedir que el se retirasse.


                                                           - Cliente, temos regras de comportamento. Siga-as por favor! Caso não, estou convidando-lhe a retirar-se do estabelecimento.


                                                           - Eu já lhe pedi um cardápio....Por que não o traz?

                                                           - Porque não sou Garçoni.


Alguém visivelmente abalade....Caipira, comentavam quem estava perto, bobe, diziam, irracional, animalesce. Como elo poderia ser ao mesmo tempo e não ser ao mesmo tempo? Não seria uma violação lógica da sociedade?


                                                           - Mas, como? Acabou de dizer que era Garçoni. Não posso compreender!

                                                           - O que ocorre é que sou Garçoni até as onze. Quem é Garçoni agora é m colega A. Trocamos de cargo às onze.
1.

Índice

Capa                           1 página (em falta)

Contracapa                1 página

Epígrafe                     1 página

Índice                         1 página

Prefácio                      12 páginas

Dos Autores              1 página

O Mundo Sujo           15 páginas

Cidade                        10 páginas

Curto Manual Vivo               1 página

A Religião dos Céticos                     22 páginas      

Visões do Mundo                  1 página

A Religião dos Céticos                     1 página

Sentido da Vida                     42 páginas

Diálogos do Novo                 19 ½ páginas

Covarde                     ½ página         

Cópula                        ½  e ¼  páginas

Desespero 2028                      página

                                               33 páginas

Um Final Digno de Nota                   1 página






  ©
3.
            - Para que? Qual a função?


L pensava uma boa resposta à pessoa. L sabia muito, sabide como, queria é enfiar goela abaixo daquel insuportavelzinh um frango inteiro, com osso e que mais houver! Como el ousava gritar com i Atendente/Garçoni de um restaurante tão grande, prestigiado, mil elogios, enfim. Será não saber conversar, ou seguir condutas claras e úteis de postura no mundo? Mais uma pedida isso sim. L também pensava em utilidade. Fora bem feita a pergunta d moçi. Isto vinha a provar que era social, talvez estivesse tendo apenas um dia não agradabilíssimo.  Realmente bem feite. L olhava, não havia chance. Tudo deve ter uma utilidade, e aquele corpo deveria ser bem útil. Sem utilidade, não somos nada. Então, o trabalho a todos.


                                                           - É para evitar que uni se canse mais que i outre, pois o trabalho de Garçoni é um tanto mais pesado. Então, sempre revezamos, com pontualidade de segundos.


                                         - Então, poderia chamar o Garçoni Atendente?

     -Claro. A, atende aqui.

                                                          -Claro, L. Só espera-me trancar, colocar as senhas


Quando disto, A fechou a porta bem fechado, e, em uma cavidade no vidro da porta da frente, colocou uma máquina de senhas. Intrigado, Alguém resolveu saber o motivo daquilo.


                                                           - Garçoni A! Por favor!

                                                           - Um instante.











Que instante demorado, pensou Alguém. Mas baixo, para não ser ouvide.



2.



                                                           - Sim?

                                                           - Gostaria de saber qual o motivo de se trancar essa porta? E dessas senhas?


A mal se continha, realmente e cliente era dessas pessoas caipiras que invadiam a selva. caipira. Entretanto, teria que tratá-la como se fosse a mais rica das madames e o mais prestigiado dos doutores, pois, mesmo no mato, há bichos-da-seda. Seria possível que el não conhecesse este restaurante, pois um dos mais conhecidos nas altas rodas da altíssima nata da elite da sociedade? Provincianos: iguais: cheiram estrume.


                                                           - Não sabe, cliente, que este, embora seja um dos restaurantes mais concorridos, é o único que tem licença nessa área? Que nossa comida é de primeira? Que bonita, que é barata, que é boa? A Multidão se acotovela para comer. Onze e dez em ponto, já há filas enormes aqui. Trabalhamos como nunca trabalhássemos antes.

Logo após, Alguém se pegou surpreendid com a Multidão que avançava, todos os dias, mesma hora, em direção ao restaurante, para comer. Amontoavam-se, as mãos buscando todas o papel delicado da senha, para cada um garantir comer cedo, e aproveitar o resto do tempo, do horário de almoço, tomando umas cachaças ou cervejas, e jogando bilhar. Claro, além de observar es menininhis que passassem, para paquerá-les um instante com pejorativos do mais alto grau. Mas, formigueiro, não eram capazes de perceber que era melhor chegar mais cedo? Entretanto, Alguém também pensava que tudo que podiam era recolher-se a isto para dar gosto de novela das oito a vida, as suas vidas


Alguém percebeu, enfim, que estava em um dos restaurantes mais conhecidos da cidade e dos mais movimentados, sem senha, sem Multidão.

Alguém pensou? que tinha? sorte.

Sim Alguém tem? sorte. Quem?

O queijo. O limite de tudo é o próprio limite de nós. O limite de Alguém é el. O limite de sua vida é ela mesma. Alguém sabia disso bem. Mas Alguém sabia muito bem como esconder isso de todo mundo, desde o cônjuge ao amigo lá. Alguém sabia. Mas, Alguém tem medo. Alguém sempre tem medo. Mas contra isso, Alguém sabia agir também: Ficava sempre quieti, no seu lugar. Afinal, contas não são pagas com sabedoria, contas não são pagas com nada além de papel e carimbos, além das autenticações.


1.

Alguém comeu. Duramente, a comida descia. Enquanto todos entravam e se acumulavam, Alguém já arrotava. Com mais um pouco de sorte, chegaria a tempo ao serviço, terminaria seu expediente, e poderia ver jornal e novela. Antes, deveria ir a grande fila. Alguém sempre fazia isso. Afinal, quem não faz? Isso Alguém achava. Aliás, Alguém nunca achou. Mas, era.

Ao sair, havia um espetacular amasso na porta do restaurante. A e L brigando com mais fregueses.

Discretamente, Alguém viu que seus óculos estavam embaçados. Reparou que nunca, antes, havia limpado seus óculos, antes. Também, nunca havia pensado nessa possibilidade. Aliás, para que usava óculos mesmo? Enxergava muito bem.

Olhando para baixo ainda, retirou seus óculos, jogou no chão e pisou.

Alguém pensou em seguir adiante, mas, ao olhar para frente, como o sol brilhava. E como a cidade engolia toda luz. Como as pessoas eram feias, e como aqueles óculos eram leves, mal se sentia. Alguém percebeu que agora estava sentido tanto peso, mas tanto, que preferiu andar meio agachade, corcunda. E Alguém reparou que estava mais musculosi. Alguém era alguém. Alguém reparou que era. Mas  o sol ainda brilhava muito. Meio cege e atordoadi, Alguém não reparou que a Multidão que ainda tentava entrar no restaurante e havia cercado. Reparou quando tomou o primeiro murro. E pode ouvir quando a polícia chegou, parando a Multidão, gritando:

                                                           -Essu aqui vai conosco.

Ao dispersar a Multidão, a policia logo fez Alguém provar o gosto do couro. Coturno bom, pensava i policial. Duro e rígido o suficiente para mostrar a essi o que é bom.

Entojade , e revendo o mundo, Alguém se levantou. Alguém se revoltou, e logo tomou um soco entre os olhos  e a boca.

Dentro do carro da polícia, mais agrados estatais. Cartão de visitas, por certo.

A Multidão voltou a se acotovelar.

De Alguém, nada além de nada. Seu cônjuge casou novamente. Sua posição no emprego foi substituíde. O restaurante aumentou suas instalações. Continuaram a se bater por um prato de comida, as pessoas, sim, as pessoas também continuaram a esmurrar outros que não elas próprias, outros diferentes, outros alguéns....

Alguém se foi.

Apenas sem nome, apenas alguém.


1.

Curto Manual Vivo

A vida cabe nas palavras!

Mas, será que
            O que precisa ser dito                                                             cabe em palavras?
             
cabe
em palavras
?
                                   A vida precisa ser dita

                                                                                                          Já quanto ao
                                                                                              Dito,
precisa caber na vida

A vida cabe nas palavras...

                                                           E quais são as melhores
                                               As mais cálidas, as mais ricas, não, pobres

                                                           Qual a que melhor fale da vida?
                                                                     Será a pura interrogação?

Se referir a vida é

Se referir ao mistério

É?

A vida cabe nas palavras?

A viva interrogação
Viva a interrogação!
Aleluia:

Há o quê                                                                    Há o que há
É
Há: o que?                                                                  O que há, há

Hahahaha

—————————            —————————           —————————


4.                                                       
A Religião dos Céticos

            Era assim, como um templo alto e imponente. Paredes duras, pura pedra batida, a formar um incrível grande salão com um teto belo, fazendo este alusão a uma grande concha invertida, expressando um cinismo canil. A fachada, em vez de conter belas torres, terminando em pontas orantes, era também muito cínica, pois consistia numa série de “Vs” alinhados e das pontas aparadas.Deste magnífico edifício em vez do acalmante badalar dos sinos ou de um forte e alto grito vindo da garganta do muenzir, ecoava um urro animalesco, voz de deus, sua raiva sonora.

            Uma religião nova encontrava abrigo nestas bonitas descrições. Inicialmente contando com poucas pessoas além do pregador, substituto a altura de pastores, padres e omãs, aumentava a cada dia. Era assim uma vacina contra a doença que é a vida. O papel do pregador era bem simples: converter fiéis a fé cética. Pegar as frágeis  mentes e transformá-las em sólidos receptáculos das palavras de quem não acredita em nada. Dizer ‘pegar’ não é jogo de linguagem: por vezes o pregador agarrava a cabeça do fiel e apertava tão forte que parecia  que o objetivo era desgrudar o cérebro do infelizardo. E ‘acreditava em nada’ também não é jogo de linguagem; muita gente ia por que não acreditava em nada, nem que estavam ali, por isso, nada tinham a perder, como todos neste ponto.

            A doutrina era bem simples, e até bem primitiva e tosca, pois uma palavra resume toda a estrutura religiosa dos agora milhões de fiéis: negar. O que pudesse ser negado, no caso tudo, acaso tudo, era, e descaradamente. A própria ortodoxia religiosa com constância quase que diária era negada e subvertida e acabava por redundar noutra, logo negada. Era um ciclo eterno, e por isso mesmo a religião nunca chegou a ter livros sagrados, já que quando algum redator era contratado para tal, logo se via diante duma estrutura impossível de ser vencida, pois ao ter um projeto de livro na mão, os ensinamentos já tinham sido deformados de tal forma que os próprios fiéis os irreconheciam, aliás não eram deformados, mas flexionados para se adaptar aos novos tempos ou os novos tempos. Tautológico, sempre se chegava à forma válida, a verdade.

            Ninguém sabia explicar exatamente como uma religião tão perfeita tinha surgido, ou quem era seu criador, ou muito menos de onde tinha vindo. No inicio alguns acharam que era uma revelação de deus, mas essa tese logo foi negada e milhares surgiram em seu lugar, até que simplesmente desistiram de tentar explicar a tal religião, por quanto tempo não se sabe. O que importa é que o povo pôde ter acesso à salvação do negar, e finalmente o paraíso estava ao alcance de nossas mãos, isto é para os que nele acreditam, muito poucos por sinal. As evidências mais concretas que indicam o surgimento deste maravilhoso culto vão indicar para o Brasil, um paizinho periférico, destes que não deveriam nem estar no mapa, já que influi bem pouco no mundo, ao menos é o que eu acho, eu acho.. E o concreto para por aí. De resto não se sabe nada. Há indícios apontando para a Floresta Amazônica, onde algumas tribos pré-históricas já louvavam o incrível ceticismo. Outras vão apontar para um grupo subversivo de estudantes de história duma pequena cidade no interior de São Paulo, na verdade num pequeno buraco escuro, que ousa ter o nome parecido com a maravilhosa França: Franca. Segundo fontes capciosas, este grupo teria ficado revoltado com o mundo e feito esta tese a partir de contestações filosóficas infalíveis, pelo menos até que alguém as negue. Outras fontes simplesmente dizem que a própria população cansada
3.

de ser enganada pelas religiões tradicionais começou a difundir, através daquele papo de fofoca, a religião, inicialmente como um culto, logo ampliado para uma Igreja e logo como mania pop mundial. 

            A negação completa chegou a tal ponto que os céticos começaram a negar suas funções biológicas mais primordiais. Em vez de andar se arrastavam para que suas pernas aprendessem a não ter função. Os braços e as mãos eram usados para qualquer outra coisa exceto para o que deveriam. ?. Milhares morreram assim, em vão ao tentar respirar com a mão, numa louca empreitada tentando negar a função de seus narizes. A outra mão era usada para amassar e triturar os alimentos, substituindo os dentes, isso quando os próprios não eram raspados até se tornarem semicírculos, dificultando assim a tarefa de mastigar. O sexo geralmente era feito ao contrário, com as mulheres penetrando os homens, já os homossexuais gostavam de usar o meio dos dedos ou as orelhas de seus parceiros, mas ter orientação sexual é coisa tosca, pois quando se pensa que se é atraído por um sexo logo se descobre que não, que nada te atraí, e se nega à primeira tese sendo que por fim pode se cair em diversas tendências ou opções ou orientações ou em algo, ou em tudo ou em nada, então, melhor não ter, ou ter e ignorar, ou se masturbar: homem que se masturba é gay, e mulher que se masturba é lésbica A boca, sempre útil sempre, substituía a mão na sempre necessária tarefa de se carregar algo; bebia-se água pelo nariz; ouvia-se pela testa; e falava-se pelos cotovelos. O umbigo era usado para escrever; as solas do pé brilhantemente usadas para abanar em dias de calor e se esfregar em dias de frio, em dias nem quente nem frios se arrancava elas, ou ficava-se perto de geladeiras e fogões para dar utilidade as miseráveis . Toda a linguagem sonora logo foi substituída por um brilhante código de piscadas e gestos feitos com os pés e com pequenos espasmos das orelhas, além de pequenas aberturinhas nos narizes. Duendezinhos, diziam todos. As unhas eram usadas para roer, também, tudo era muito tenso. Os hábitos alimentares então. Ninguém queria comer mais carne, e logo todo mundo era vegetariano, mas passou, e depois de um tempo havia tudo, e comia-se tudo. Havia sorveterívos, livrívoros, cascadearvorívoros.... enfim, pudesse ser temperado era comido, até que parou de se usar temperos, e ai comia o que aparecia: andou podia ser comido, não andou também.....Uma doidera.

            E logo surgiram os profetas, loucos para poder propagar a maravilhava cética entre os cinco continentes. Eram os enviados, por algo, por um poder superior ou por eles mesmos, para abrir os olhos medíocres dos humanos e mostrar-lhes toda a maravilha que está por trás de tudo. Tinham palavras reconfortantes, afirmavam que nada poderia ser provado, nem mesmo isso que eles estavam falando e que tudo não passava em algum grau de alguma mentira inventada por alguém para nos dominar e escravizar. Era um velho discursinho de desocupado, embora recheado de verdades incontestáveis...Eu acho.Tinham grande carisma e persistência na afirmação que negar era preciso. E negavam. Era isto o que importava: sua fé em negar tudo. Diziam o que o povo queria ouvir, e isto era o que bastava. Quando não, convenciam o povo que o que diziam era o que ele queria ouvir. E isto realmente bastava.

            Em pouco tempo havia muita gente, realmente muita. Pessoas de todas as categorias, grupos, tipos e posturas negavam fervorosamente. Antigos templos eram destruídos em fúria, resultado de milênios de enganação, dizia-se que era de uma vez por todas, uma onda
2.

de ódio varria tudo, mas logo era substituída por outras, e outras e outras, ou interrompida, e logo nascia uma vontade e tudo era reconstruído, até que a vontade acabasse e a onda de ódio voltasse. Era uma inconstância maravilhosamente negante. Tarefas eram iniciadas, mas em poucos instantes eram largadas novamente, ninguém tinha paciência para ficar fazendo uma coisa inútil por muito tempo, isto durava até o momento em que se resolvia retomar a tarefa donde se tinha parado, e isto também durava até que o iniciado fosse destruído, para até onde resolvem construí-lo novamente, se o resolvessem.

            A economia era que só: poucos lugares podem se orgulhar de ter passado do neoliberalismo, para o capitalismo de estado, redundando numa sociedade anarquista, que pouco durou, pois logo os senhores feudais ressurgiram. Em seguida vieram os trotskistas com suas bíblias e versículos, deram um golpe assumiram o estado, fundaram uma trotskocracia. Até que a população se cansou e acabou com tudo, hoje quem quiser viver que viva; claro que isso é válido para alguns lugares do mundo, pois se pode, com um simples cruzar de fronteiras, encontrar coisas que só podem ser chamadas de coisas: desde repúblicas romanas, até regimes absolutistas, sovietes, AITs, revoluções, ditaduras, liberalismo, fisiocracismos, cinismos, teocracias, nada. A pluriculturalidade está no mundo, o que prevalece é a acatalepsia, o ceticismo: há lugares que não há sequer homens: tudo são máquinas, isto em todo lugar.

Não tardou e os suicídios começaram, pessoas desistindo da vida eram comuns. Raros eram os que ficavam. Até que começou a se questionar o sentido do suicídio: a vida já tinha sido muito questionada, era vez de outro alvo.

Milhares de ondas viam, iam, voltavam, davam a volta, sempre assim, sempre sem parar: era um mundo mais humano, mais bonito. Entretanto como tudo que é bom pouco dura, começaram a se questionar se era preciso se questionar, e se não havia coisas inquestionáveis. Aí cada um achou algo, e logo todos achavam muito. Foi quando decidimos todos acabar com tudo para ver se não partiríamos para um outro lugar, como se dizia antes. Se você lê isto, algo de errado ocorreu. Ou você discordou de algo, ou simplesmente não se destruiu, ou coisas do tipo. Mas não há problema, quando os primeiros foram buscar outras coisas, muitos desistiram, e deram origem a muitas coisas, e o mundo hoje é muitas coisas juntas, e há coisas demais em tudo, e tudo é demais para hoje. Eu mesmo nem sei como tudo está, pois tudo que relatei li, ou vivi, mesmo que parcamente.

Depois de certo tempo, queimaram-se os calendários, as datas, cartórios, tudo. As civilizações foram destruídas, chegaram mesmo perto de destruir o mundo, a escritas, milênios de transformações sucumbindo a maior de todas, que tinha vindo para romper com tudo. Nada escapava: havia quem concordasse e quem não: os que concordavam, matavam quem não concordasse: não era uma morte, digamos, física, mas sim original: exílio era a palavra. Colônias em lugares distantes de tudo exceto de seus vizinhos. E foi indo assim.....

Houve desmistificações, e ergueram-se novas idéias, entretanto não se via que nada se sustentaria nessa sociedade, pois pessoas eram máquinas: as relatadas há pouco...simplesmente se fazia, surgia à idéia, aderia-se  a ela, para logo, com o surgimento de outra idéia se abandonar à primeira, e se agarrar a seguinte. Nada era, tudo estava, e por
1.

isso tudo era, e por isto tudo era: uma bosta. Corria-se simplesmente a procura de tudo que se tinha sido, tentando adaptar-se ao passado, não havia nada, eram gado marcado, prontos ao abate, prontos a pastar, prontos a seguir Napoleão cegamente, eram pilares, porcos. Quando surgiu a religião cética, tudo saiu simultaneamente: anos de espera foram suficientes para acumular um ódio tal que simplesmente o humano não poderia suportar, por isso houve uma conversão em massa novamente, em máquinas: questionava-se pelo prazer puro de ter algo a se destruir, esta ação destruiu-nos: destruir. Gente armada  com pensamento, pronta para quebrar, para abalar as verdadeiras fundações de tudo, foi feito, foi feio. Lindo embora, pois tudo que se pensava estabelecido mostrou-se  frágil ali, briga de coisa grande, contra o que mantinha a coisa grande. E depois, que veio depois? veio tanta coisa, que se contar perco o fôlego, porque veio tudo, tudo que deveria já ter vindo há muito tempo. Era a graça de tudo, era o poço do sorriso de todos.O mundo brilhou mais que o sol, e enegreceu-se mais que já era, pois agora não era, e sequer havia uma visão ampla, panorama, visão de tudo....

Tudo que as pessoas queriam, logo o tinham, mas quando tinham não mais queriam. Queríamos todos um mundo novo, mas quando ele chegava, todos ficavam com medo dele, por que era novo, filé, recém-polido. Aí todo mundo ia lá e lutava contra o mundo novo e contra quem o preconizava. Por isso, éramos covardes, sempre fomos. Antes dele, é preciso nós. Destruíram tudo por destruir. Claro, é muito ruim tudo, mas pior é botar fogo por que se deixou à vela cair. Melhor é encher de palha e atirar a tocha bem no centro. Isso não foi feito. Simplesmente todos deixaram as velas de si cair sobre suas casas e empregos, de madeira. Aí foi tudo. Um fogo tão intenso, tão secante, tão cegante, que não havia extintores e nem bombeiros, e, o pior do fogo, ele não se apaga sozinho. Sem que venha alguém, os treinados ou os iniciantes ou os que só querem calma, ele simplesmente consome, consome. Por que o fogo é voraz: enquanto tiver o que comer, ele comerá. E tínhamos muito: uma civilização. No fim, apenas carvão e a carne do churrasco: nós.

Sei lá por que disse isso, mas deu vontade, embora tudo bem: nem lembro quanto tempo faz de que vi outro homem, por isso tenho buscado visualizar a mim mesmo por dentro, e continuo como estava: há tanto tempo não vejo um homem. Escrevi tudo isso e espero que sirva para alguém, senão, não me interessa, .... Às vezes ver tudo isso é muito bom, mas às vezes não é não...desolação eterna com pitadas de multidão, e com muita gente. Vou fazer algo, acho que andar até que encontre algum lugar. Pretendo ir para a o leste, reparei que por lá surge o sol. então, quero ver como o mundo brilhou. Embora olhar para o sol cegue: cego vê brilho? Se encontrar um, pergunto...



                                                                                                                             ----------------------------





1.

Pausa para poesia, senão não se agüenta até o fim, tão duro é de ler tudo isso.

Visões do Mundo

o musgo já adentrava a bunda, mas que fosse. Outro dia o chamaram de árvore, entretanto estava na floresta. Como esquecer, não tinha sequer memória. De fato era árvore, um belíssimo ipê rosa.

E de tudo isso. Que se sabe...Tão pouco, poucão. Isto é muito pouco.

cidade de pedra,                                                         Mas ninguém liga
corpo de pedra,                                                          Como sou, todos devem ser
mente de gelatina                                                        A ser devorado
                                                                                  Mousse de carne
                                                                                  Mousse de carne:
Batido, a liga é o animal                                              O animal sempre resiste, sempre

Até hoje. Até quando resistir.
                                                                                 

se eu fizer todo um livro de interrogações         ?????? ?????????????????????????????????
ainda assim, com páginas e folhas                                ????????????????      ???????
completas,                                                                  ??????????????????????????????????
terei tantas dúvidas.                                         ????????????

E até mesmo a dúvida é desigual.

Enfim, estou em uma sociedade. Temos ciências, temos uma economia, chegamos aonde ninguém nunca chegou. Nenhuma sociedade conseguiu tanta riqueza. Enfim....Nada pode ser comparado a nós. Somos o todo, somos, no geral, Everest. Isso mesmo: sem ar, sem água, sem alimento: exatamente: só bem equipados podemos seguir.

Equipados: Uma televisão. Um esporte. Um jogo novo de palavras.

Sim: bolsa-poesia.

Sou o topo evolucionário?
Desenvolução é comum?                     Somos todos comuns querendo apenas ser?


Deixo a pergunta, mas dou a dica: começa com s...

O sujeito barrado.....na vida, sim, no mundo.
           

Pelo menos ainda vemos.
1.

Final de A Religião dos Céticos
                                                                                                          ---------------------

1- História bonita, né?
2- Você acha? Não achei não! Mas me deu vontade de saber como tudo já foi. Será que se formos para o leste o encontramos ainda?
1- Mas para que? O que você quer falar com ele?
2- É verdade. Então vamos para o oeste?
1- Sabe que essa história nem é bonita mesmo: tosca e mal escrita. E prefiro ir para o leste, para buscar esse cretino e arrebentá-lo no soco!
2-Pra que? Não vejo motivo nenhum! É melhor irmos para o sul. Ouvi dizer que há menos, melhor, que não há tanta devastação por lá.
1-Não te entendo! O que há de bom em não haver destruição? Nada, eu digo! Sem destruição não há o que reconstruir.
2- Certo. Concordo.
1-Se bem que, construir por cima também é legal, mas que sobre escombros.
2- Eu penso que muito melhor é sobre os escombros. Por isso defendo a destruição.
1-Nossa! Cretino, é bem melhor sobre os escombros. Mas por que o escritor reclamou da destruição?
2- Não sei. Vamos dormir?
1- Não vou andar. Quero ir para o oeste.
2- Pois acho que vou para o leste: quero encontrar aquele escritor. Gostei da história. Quero ouvir mais.
1-Pois eu detestei, se o encontrar o parto ao meio.

(E FOI ASSIM)

....


São Paulo, fevereiro  de 2006


           












1.

sentido da vida































































será possível descobrir?

será que há, ou não

na verdade copiarei aqui um trecho de algo

que tal, jornal?

cotidiano, fala de coisas que são vida, mas ao mesmo tento, passam pelo crivo assassino dos editores.

O SENTIDO DAVIDA

uma singela homenagem ao dadaísmo, minúsculo, para desconstruir um pouquinho...

DADADÁDA DAD DA A Á DD ADADDADA

DAD DADA DA DADADA DÁ

DADA

yfaisgb zahnidajslkf jlsa JDFBVSAKHBJH

 jdkhn idjaih dnshn iaoh

sakh

sihdbushbshaniajioas
opejrpjeihfncmc

53as54af5s

syhqwduig032u9       kjdguiag                            hdsv  iwjdiwj


ejkbdwlnelçeqklew   eoejo                                       
ewkjdjkweEWJHBEFJW


WEJKNFNLNN WOW









                                                                                                                                             ©
9.

Diálogos do Novo                

.... e é tudo que lembro!
- Mas como, como assim?
- Assim mesmo!
- Nada antes? Nem nome? Nem nada?
- Definiu bem. Nada! Nadinha mesmo. Sequer sabia falar, escrever, coisas do tipo....Não ficava nem em pé.
- Nossa! Não acredito não. Desculpe, mas não acredito.
- É? Para você ter uma idéia, não conseguia sequer respirar. Meus primeiros encheres de pulmão foram por boca-a-boca. Sem contar que não enxergava, ao menos como enxergo hoje. Não sei, o mundo, minhas pálpebras, tudo se modificou. Lembro de formas, coisas assim, cores, muitas cores. O Arco íris, o pincel, a palheta do pintor eram meus, não que  os quisesse, mas eram, todos meus. O próprio mundo era meu, tão externo tão novo, novidade. Embrulho inesperado. Veja que não disse nem presente nem carta-bomba! Apenas, inesperado.
-Você chegou a descobrir depois algo sobre seu passado?
- Não. Nem quis. E, não sei bem, mas acho que também não quero até hoje. Passado, acho que não o tive. Fui criado ali, no meio daquela gente. É o que acho. Também, pouco me importa. Logo nos primeiros dias, nem sabia escrever ou ficar em pé, me fiz: achei umas tintas e um pincel, pintei todas as paredes do quarto em que tinham me posto. Disseram que podia ganhar dinheiro, e olhe para quem disseram! Se tivesse dinheiro ali, o comeria com certeza. Comer é força de expressão, acho que iria muito mais colocar na boca, salivar, cuspir fora, sei lá. Pra que eu iria querer dinheiro se não era desse mundo?
- E quanto aos médicos, e tal? O que disseram?
- Até onde sei, ou seja, o que me foi dito ou o que li, sou humano, no sentido biológico da palavra. Duas pernas, braços, coração, vísceras, genitália, enfim. Sou humano. Até mesmo humano eu sou.
- Fantástico.
- É. Mas não acredito muito não
- Por que não?
- Não é como me sinto. Quando vejo tudo isso que chamam de humano, civilização, isso aí, não me vejo, não me sinto incluído, ahamm...então, como dizer que sou parte disso? É-se parte do que não se quer? Melhor; É-se parte daquilo que não faz parte de você. E esse mundo...
- Preciso de um cigarro. Quer um?
- Não.
- Continue.
- Bom....esse mundo, não é meu, não é para mim, é como me sinto. Não ouso nem comparar, e acho que nem deveria estar conversando sobre isso. De certa fora ao te contar, estou comparando a palavras, e só de usar a palavra me sinto mal. Também não as vejo como minhas.
- Tremendamente fantástico.
- É...Acho que quero um cigarro seu. Não, dois. É forte?
- Um coice.

8.

- Três então.
- Mas, não entendo.
- O que?
- Como é possível isso tudo. Nada, e não ‘nada’. Você literalmente não existe, ou existia antes de aparecer, assim, zuuugf.
- Nem eu entendo, e sinceramente nem me preocupa mais. Não acho muito saudável ficar mais pensando de onde eu vim, de que buceta eu sai...Ahnn, posso dizer isso aqui? Bom, de qualquer forma. Em que isso vai ajudar? O mesmo que minha origem: nada. Qual é a graça?
- Hum....
- Que ver? Você já viu aqueles filmes de mistério ou de terror? Ou leu algum livro? Desses de literatura? Caso se leia o final, como nessas novelas, todas, onde tudo é tão previsível, não há graça nenhuma, porque não há mistério. E sem mistério, ter tudo ali, nada para descobrir, o que sobra? Nada. De onde eu nasci. Aí creio está toda a grandeza minha. Não tenho passado longínquo, o que ver olhando para o céu e lembrando. Pra mim, tudo está por vir, se faço ou não é outro caso. Que sei é que não tenho roteiros prontos. Mas se soubesse o final de tudo, meu eu, o que faria?? O que restaria para fazer?

- Tem certa lógica.
- Não acho não. Aliás, não quero que tenha. Prefiro muito mais viver apenas. Quero que todo o resto vá as favas, que todo o resto se lasque. Se eu brotei dali ou de cá, não sei, se vou virar esterco ou sumir tampouco me importa. Prefiro muito mais é me encher de caos e ir ou ficar. Faço alguns planos, mas nunca os sigo. Viver assim, um pré-determinado todo, não tem....
- Você ao menos sabe que idade tem, ou aproximadamente que         idade?
- Até quiseram me falar, o aproximadamente, que tudo é, não só para mim, para todos. Recusei a ouvir. Também outra coisa que pouco importa.
- Estou sem palavras. Sequer tenho o que perguntar.
- Sabe que ocasionalmente tenho, como se diz,  flashes, como um apagão. Nada de memórias passadas: é como um transe, ele entra em mim e pronto, vejo muito. Neurônios e coisas do tipo. É tudo que vejo. Fico ali parado, sem ter pensamentos....Depois, chego a pensar que parei de existir enquanto estava nesse transe. É o melhor disso tudo. Estar dentro de algo que te tira à respiração e que faz seu corpo todo gelar. Que mais pode se desejado além dessa pasmação? Sempre  não que é vicio, mas ocasionalmente. É como viver sem problemas, mas os tenho. É bom os ter creio.
- E conhecimento? Digo, erudição. Leu ou lê?
- Com certa freqüência. Os livros me dão passado. E às vezes é bom ter passado. Mas quando não quero, vou num sebo, compro um bem baratinho e queimo todo. É. Gosto de trabalhar com imagens, símbolos, e esse é um dos melhores. O livro sendo queimado. O livro,
7.

o saber da humanidade, a própria humanidade, todo o pilar de conhecimento que sustenta ela. Olha, queimar uma coisa assim, desse tamanho todo, é de uma adrenalina, de uma emoção. Melhor, só se queimar duas. Então.......sempre que tenho raiva da pretensa humanidade, a queimo simbolicamente.
- Um passatempo interessante.
- É, mas vou  ter que parar, porque queimo um livro, às vezes dois, quase todos os dias....
- E pensar? O que você pensa com freqüência?

- Sobre pensamentos? Creio que alguns só seriam possíveis para alguém novo ter. Novo, adolescente, que muito novo, não teria não. Quando se está sentado na privada, que é aquilo? Uma, por dizer, manufatura fecal, água vigiando o cú alheio com medo de ser atacada com bombas de bosta. Olhe, se alguém construir uma privada no Everest, alguém, ao usá-la, estará resumindo como é tudo mais, e colocando tudo mais em seu devido lugar. Pense só na imagem: um cara sentado em uma privada no alto da montanha, a observar o mundo todo com uma visão que, ao menos eu, tenho de tudo. Mas não sei.
- É. Um pensamento interessante, mas, não fecho com ele não. Há formas melhores de ver todo o mundo. Mas, deixa de lado. Aham..... mas, me diz como que você se mantém na nossa querida sociedade, digo financeiramente.
- Arte. Pinto e desenho. Sempre que alguém compra me dizem que é melhor que um Dali ou coisas assim... e, se tratando de surrealismo, acho que estão certos. Quem melhor que alguém que tem uma vida que é um sonho para pintá-los? Quem melhor que alguém que tem um inconsciente fraquinho para mostrá-lo em telas e exposições? Também rabisco uns poemas e prosas, vez em quando.
- Interessante. Tem algum em mão?
- É só ler.

“MERGULHAR”,
o ato de enfiar-se todo em algo,
estar envolvido cercado por substâncias
respirá-la, bebê-la

aos poucos se envenenar
respirar muito
é veneno.
beber muito é veneno.

Bebemos demais a vida
6.

Crerei em ciência quando
quando ela inventar um, meio,
meio, de subsistir sem, viver.

Nisso farei faculdade,
terei bolsas, livros,
serei o cientista,
mergulhado em livros.

- Moderno. Estranho você ter tanta obsessão pela vida e pelo seu sentido.
- É por que não acho que viva, não como os outros. E como todos se perguntam “aí, por que eu vivo, qual o sentido de existir”, acabei me infectando com isso. Ora, já disse que penso não ser muito inteligente, e mesmo emocional, ficar fazendo isso, sou terrivelmente contra. Mas, como pretendo publicá-los, devo despertar a atenção dos “terráqueos”, e há uma coisinha chamada mercado, não?
- Maravilhoso senso prático o seu.
- Deve-se aprender uma coisa ou outra, ou não se  aprende nada. É ruim, é cruel, é desumano, mas é. Além disso, faço análise.

-Vida sexual ?
- Se já transei?
- Exato.
- Sim, já transei.
- E?
- Se foi bom, se foilegal?
- É, quero que fale sobre, que disserte.
- Foi muito prazeroso, e até gostaria de cumprimentar o inventor. Sobre o que pensei, nem sei mais, Sei é que bebi e fumei horrores depois. Acordei no outro dia com umas pessoas, conhecidas, à porta. Minha casa tinha um cheiro, um cheiro estranho....fumo, muito cigarro, queimado, incenso, um grande incenso....disseram para mim uma vez que serve para entrar em contato consigo, que me restou além de rir e dizer um lote por favor, e tornar a rir...só que nessa vez foi um esbugalho: até cair donde estava, chorei, escorria as
5.

lágrimas.....duplas, claro....ria pois o que se busca por tanto tempo era tão simples,  e chorei ao me lembrar que morava tão intimamente com um desconhecido, eu mesmo; ri também pelo absurdo que me contavam...antes fosse tão fácil se encontrar: acender um palitinho preto, e zás....se ter deitado, de quatro, para si mesmo, penetrar em si...


-Penetrar a si mesmo? Você quer dizer sexualmente? Mas, para que? Como assim? Você é homossexual?
- Comer a si mesmo, não sei para que, talvez só para vomitar, antropofagia; mesmo assim me queria, ali, no divã, de quatro, com vaselina, queria me comer, isto é, me foder um pouco, mas uma trepada bem gostosa, me lambuzar comigo mesmo, acender um cigarro depois, e cobrir o cheiro do tabaco com um incenso...e isto era tudo que ocorria diante daquela situação, que durou alguns minutos. Enquanto ria as outras pessoas me olhavam perplexas, alguns de vez em quando esboçando um sorriso embaçado, daqueles que se dá quando não se deseja humilhar o outro, enquanto uma pessoa desconhecida, também rolava de tanto rir, creio que me compreendia: resolvi aí: iria trepar com ela, pois também queria transar com ela e com vaselina, e tal...parecia ser muito ...digamos, interessante!!!

- Você não me disse. É homossexual?
- Para que você quer saber?
4.

- Só para constar na reportagem.
- Nunca vou entender essa necessidade  de saber sobre a vida alheia que se tem aqui neste mundinho, nessa vidinha tola desse mundinho.
-Ora, acalme-se. Foi só uma pergunta. Se quiser responder, responda, se não quiser, só se cale.
- Pois isso não diz, não digo e nem é do seu interesse.
- Tudo bem. Posso fazer outra pergunta?

- Pode.
- Você tem planos para um futuro?
- Imediato?
- Imediato e em longo prazo.
- Imediatamente penso em me estabelecer de forma melhor na sociedade, não sei, talvez se o Governo atual me reconhecer como cidadão, fazer uma faculdade, talvez engenharia de algo ou direito. Gosto muito de leis, e seria muito bom defendê-las e zelar pelo seu bom uso. Também já fui sondado por partidos, querem que eu me candidate, que eu 
3.

saia candidato. Não sei ainda isso. Em longo prazo, penso em arrumar alguém para dividir a vida, uma pessoa parceira e tal, alguém que goste.
-Pensa em ter alguma empresa

-Sim. Fico entre uma pousada, ou uma livraria, enfim, algo que possa ter para poder desfrutar depois de uma aposentadoria, um velhice confortável. Se vou conseguir ou não é outra coisa. Mas, somos livres não? Tentar não mata.

-Era só isso. Eu e toda minha equipe agradecemos  pela entrevista,
2.

desejamos boa sorte e sucesso na sua empreitada. Alguma consideração final?

-Sim.Gostaria de falar para todos que busquem sempre ter quem te ama ao seu lado. Para os jovens gos
1.

taria de dizer que usem camisinha. Para os adultos, meu telefone. E d
eixar uma mensagem: paz para todos, e vamos acabar com
½.

a vio    lência.
Abraços. ...

                                  

Ribeirão Preto, 8 de maio de 2006 


½.

Poesia Para Pobre


Não há futuro, longe                                                         O descanso, é o prepo
Penso no amanhã                                               Qe dói, dói no lombo
Que terei? Menos, garantia.                                                             anto peso, tanto peso
Por que já comi.
Ontem.                                                  Esperando por algo                                                           comi isso tudo acontece? será invisvel eu eu                procurando por alguem
                                                               por que isso, sua                                                puta vida que não tenho
Vá com deus, filho                                                                                                            Não se engane:
Proteção, peça a le              você não pisa no mundo,
                     Contra a quebrada, contra                           E                                             le é que te aperta contra o céu.
 a vida.
Olha bem,                        necessidades, todos dias                          o dia necessário...
Olh que ela esfaqueia.                                       Fome de calmaria.

Visita, sentimentos.            Você não pisa no mundo, ele é que te aperta contra o céu.
Complacência, fome, agonia, ódio.                                  Gradez, deve ser maldição
                                                               Não como ceura,
                mas que há?         Pouco, pouco                                                      tá faltando já´       q
                    pouco falta para acabar.                                Aí quanta coisa.                                                                    deus ajude.                                        Só com a ajuda

de nosso senhor.






                                                                                                                                                                                            ©

½

Covarde

Covarde, escuto
Vejo bocas se abrindo e falando. COVARDE .
Soletram e as letras se concretizam em
Pôsteres enormes vistosos
Me expõem ao fracasso que sou
Deito e me abraço
Mas sinto asco de mim mesmo.
O vê de mito.
Faço runas em minha pele
Ensaio o dia a hora o ato.
Anos perdidos sem que ela, maldita e horrorosa
Chegue e me possua
Frenesi com vontade louca
O que sinto.
Os dedos erguidos apontando
Riso alto e agudo vociferando a verdade, mentira, deles outros
Aceito alegremente
Aponto para mim, digo
eu sou: covarde.

½

Cópula

O mundo é um sexo ----::::|
roçadas, caricias, surras
é masoquismo ingrato, desconssentido......
sadismo por escolha
bater bater, sempre bater, mas nunca bater
por nunca se acertar
no fim sempre apanhar, algemado sempre
falos voadores, todos os tamanhos
porras vêm e vão: em grandes idas e descidas e voltas,
xerecas assassinas por onde se vá tentando te engolir
e há os seios-martelos, e tudo mais
e há dsts: nem o sexo é mais livre....dizem liberdade ainda...
cachorros cínicos ingratos lavagem
vejo o chicote me ferindo bem no lombo,
vejo as ceras, e as torturas em todos
e percebo em todos, quase, deleite
como isso agrada....
E vejo a mordaça.....
como isso agrada.
Mas, algemado, vida sua nas mãos deles,

¼

como algo se pode dizer desagradado?
Mordaça


Desespero 2028,

Mas, junta a nós
Veja a beleza desse baile (Há?)
Aceita a participação

Vista, seja como todos,
A dança das máscaras
Depois que você veio, depois disso

É como uma seqüela que nunca,
nunquinha mesmo,
se vai.

Eu nunca te quis, sai de mim!
Limite duro. Lembre o porque.

E ai!, como o é que fica
 sempre a interrogação?

Vai daqui. É você ou eu
Não agüento, não agüento mais:
Eu não te pedi.
Sequer gosto de você e quem gosta!
Não gosto do sabor estranho da terra,
gosto é de tênis, não quero mais empurrar o chão.

Como, como, como, como?
É você ou eu.
Não suporto mais a ....

Nem vinte eu tenho e não consigo mais suportar a crueldade que é viver. Como é que pode isso? Deveriam é baixar lei contra a agonia.

Não dá mais,
quero o fim da música. Mas, antes quero ouvir aquela.
A que todos dizem não gostar. Tocada para mim. Especialmente

Especialmente para mim.
E, ...descansar...só.

Envolto em natureza.
Só descansar só.
Para sempre só.
Somente.

1.

Será mesmo assim

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